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Matias Uribe and Zemir Neyib fuck

O vento no porto de Valêndia não soprava; ele rosnava, carregando o cheiro de peixe podre, alcatrão e rum barato. Era o tipo de lugar onde negócios morriam e homens eram esquecidos. Perfeito para Matias Uribe.

Matias, outrora Capitão do temido *Sombra do Anzol*, agora era uma sombra de si mesmo. A Marinha Real o caçara, sua tripulação o abandonara, e seu navio, seu orgulho, estava ancorado na doca mais escura, fazendo água e vergando sob o peso do fracasso. Tudo o que lhe restava era uma última carga. Uma entrega tão desesperada que só um homem arruinado aceitaria. O destino era a Fortaleza de Sal Negro, uma colônia penal além dos Recifes Cantantes. A mercadoria: um único passageiro, acorrentado.

Zemir Neyib.

Neyib estava sentado na cela improvisada no porão, mas não parecia um prisioneiro. Suas mãos, embora algemadas, repousavam com uma calma perturbadora. Seus olhos, cor de âmbar escuro, não mostravam medo, apenas uma avaliação profunda e incômoda. Ele não falava. Os sussurros no porto diziam que ele era um feiticeiro do deserto distante, um herege, um matador de reis. Diziam que suas correntes eram feitas de prata fria, não para impedir a fuga, mas para conter *outra coisa*.

“Apenas me leve até os Recifes”, a voz de Neyib soou pela primeira vez no terceiro dia de viagem, tão suave quanto o raspão de uma faca na madeira. “O que está além é problema meu.”

Matias cuspiu para o lado. “Meu problema é o pagamento. E ele só cai na minha mão *depois* que eu te entregar aos carcereiros do Sal Negro. Até lá, você é carga. Carga silenciosa.”

Mas o silêncio era a primeira coisa que se perdeu nos Recifes Cantantes. Não era um canto, mas um lamento, um som de ossos se esfregando no fundo do mar que entrava na cabeça dos homens, nublando seus pensamentos. A névoa desceu, densa e súbita, engolindo o sol. O *Sombra do Anzol*, já cambaleante, gemeu sob uma pressão invisível.

Matias, no leme, lutava contra uma corrente que não existia nos mapas. Ele ouvia sussurros em línguas mortas, via formas na névoa. Era a magia do lugar, disseram-lhe. Só loucura, ele sempre acreditou.

Até que viu o olho.

Uma massa tentacular, pálida como um cadáver afogado, emergiu da água silenciosamente. Um único olho, do tamanho de um escudo, fixou-se no navio. Não era uma criatura do mundo natural. Era uma coisa de pesadelo, atraída pelo lamento dos Recifes… ou por algo a bordo.

O pânico varreu a tripulação remanescente, homens fracos que Matias contratara por migalhas. Gritando, dois deles pularam na água, preferindo o afogamento ao horror. O navio paralisou, envolto pela névoa e pelo terror.

Foi então que as correntes se romperam.

Zemir Neyib surgiu no convés, não como um fugitivo, mas como um ponto de calma no centro da tempestade. As algemas de prata caíram a seus pés, fumegando. Ele ignorou Matias, seus olhos âmbar fixos na criatura.

“Não é por você que eles vêm”, disse Neyib, sua voz agora ressoando com um timbre que fazia vibrar os ossos. “É pelo eco que carrego. O eco de um deserto que não tem som.”

Ele ergueu as mãos, não em um gesto dramático, mas preciso, como quem ajusta os fios de uma teia invisível. Da névoa, ele não puxou água ou vento. Puxou *silêncio*. Um silêncio absoluto e voraz que se espalhou como um círculo, abafando o lamento dos recifes.

A criatura do olho único estremeceu. Aquele silêncio era uma agressão, uma negação de sua própria natureza. Com um ruído abafado de dor que ecoou diretamente na mente dos homens, ela se retraiu, mergulhando de volta nas profundezas.

O silêncio de Neyib persistiu por um longo momento, pesado como chumbo. Então, ele se dissipou. O lamento dos recifes voltou, mas mais fraco, distante. A névoa começou a se levantar.

Neyib se virou para Matias, que estava encostado no mastro principal, a respiração ofegante, a espada desembainhada mas esquecida na mão.

“Os carcereiros do Sal Negro”, disse Neyib, “não poderão me conter. E o homem que te pagou sabe disso. Ele não quer me prender. Quer que eu desapareça aqui, e você comigo. O pagamento é uma miragem, capitão.”

Matias olhou para seu navio decadente, para os rostos aterrorizados de seus últimos homens, e depois para aquele homem enigmático que acabara de afastar um pesadelo com um silêncio fabricado. A verdade, amarga e clara como aguardente ruim, desceu por sua garganta. Ele havia sido um isca, um pato marcado para o abate.

“Por que parou a criatura, então?”, rosnou Matias, a vergonha queimando mais que o medo. “Poderia ter deixado ela me engolir e fugir.”

Neyib olhou para o horizonte que começava a aparecer. “Porque você não me entregou aos sussurros dos recifes. Manteve seu navio no curso, mesmo com medo. Há honra nisso. E eu preciso de um capitão, não de um carcereiro.”

Matias Uribe riu, um som seco e desprovido de humor. Sua última carga havia se desfeito. Seu contrato era uma fraude. Tudo o que lhe restava era um navio condenado e uma dívida de sangue com alguém muito poderoso.

Mas também tinha, agora, um passageiro.

“Para onde?”, perguntou Matias, a voz rouca, já se dirigindo ao leme.

Zemir Neyib sorriu, um gesto breve que não alcançou seus olhos sérios. “Para leste. Além dos mapas. Há um deserto que precisa se lembrar de seu nome. E eu preciso de um navio para chegar à sua areia.”

O *Sombra do Anzol*, rangendo e lamentando, ajustou suas velas. Não mais em direção à prisão, mas para fora dos Recifes Cantantes, para um mar desconhecido. O capitão falido e o feiticeiro acorrentado haviam encontrado, cada um, não um destino, mas uma rota de fuga. E, para homens como eles, era o suficiente para começar de novo.

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