Nicholas Michaels, Dex Devall, Oz Daddy, Matt Stiel – A Merry Christmas With Cumnog

A ilha de Santo Elísio tinha um único resort que era uma lenda entre um certo tipo de viajante: o **”Paraíso de Oz”**. Administrado pelo enigmático e carismático **Oz Daddy** (cujo nome real ninguém ousava usar), o lugar era um refúgio luxuoso e discretíssimo para celebridades e pessoas que simplesmente precisavam sumir do mapa. Oz era o maestro da hospitalidade, um homem que lia desejos antes que fossem verbalizados e criava experiências sob medida com um aceno de sua mão. Seu reino era perfeito, controlado e, em segredo, profundamente solitário.
Três novos hóspedes chegaram na mesma semana, cada um fugindo de um tipo diferente de tempestade.
**Nicholas Michaels** era um pianista clássico em crise. A crítica o chamava de “tecnicamente impecável, mas emocionalmente estéril”. As teclas de seu piano de cauda, uma vez sua extensão, agora pareciam frias e hostis. Ele veio para Santo Elísio em busca de um silêncio que talvez anestesiasse a dúvida.
**Dex Devall** era um ex-produtor musical de Hollywood, agora escritor de true crime de sucesso. Sua mente era um arquivo de detalhes sombrios e histórias perturbadoras. Ele carregava o peso de mil vozes que não eram suas e vinha à ilha tentando encontrar sua própria voz novamente, ou ao menos silenciar as outras.
**Matt Stiel** era um fotógrafo de moda que havia se tornado viral por uma série de retratos brutais e honestos de pessoas comuns, o que lhe rendeu fama e uma crise de autenticidade. Ele estava exausto de capturar a superfície e ansiando por conectar-se com algo real, por trás das poses.
Oz Daddy, com seu radar infalível, os colocou nas vilas vizinhas, intuiu suas solidões e, com a intenção de ser um bom anfitrião, organizou um jantar privativo na praia para os quatro. A ideia era simples: proporcionar companhia discreta. O resultado foi uma colisão de universos.
Nicholas era cortês e lacônico. Dex, cínicamente observador. Matt, inquieto e curioso. Oz, o perfeito mediador. A conversa foi politicamente educada até Matt, impulsionado por um mojito a mais, olhar para Nicholas e perguntar: “E você, o que faz quando não está sendo ‘tecnicamente impecável’?”
O silêncio foi cortante. Nicholas corou. Dex soltou uma risada baixa. “Pergunta de um milhão de dólares, garoto.”
Nicholas, para sua própria surpresa, respondeu a verdade. “Eu tremo. E ouço o eco do vazio depois de cada nota.”
A honestidade desarmou o grupo. Dex confessou que ouvia sussurros dos casos que escrevia no marulhar das ondas. Matt admitiu que via histórias falsas nos sorrisos mais perfeitos. E Oz, pela primeira vez em anos, deixou escapar que, após criar tantos paraísos para os outros, sua própria casa era o lugar mais vazio que conhecia.




