Samuele Cunto (sexysamu) and Ivan Vettoretto (ivan.ilterribile) jerk off together in the car – Hot Mechanic
O **Bar do Porto** era um lugar de homens rudes, cheiro de sal, rede e suor. Ivan Vettoretto, conhecido por todos como **ivan.ilterribile**, era sua força motriz. Ele descarregava caixas de peixe com uma facilidade desconcertante, seus braços poderosos marcados pelo sol e pelo trabalho, seu rosto sériíssimo capaz de fazer um marinheiro experiente pensar duas vezes antes de arrumar confusão.
Do outro lado da rua estreita, numa pequena loja de consertos, estava Samuele Cunto, ou **sexysamu** para seus seguidores online. Ele não consertava motores de barcos, mas sim relógios finos, joias delicadas e gadgets eletrônicos. Suas mãos eram ágeis e precisas, seus gestos graciosos, e ele sempre parecia saído de uma revista, mesmo com um avental de couro.
Era um contraste que reverberava na rua: a força bruta e barulhenta de Ivan contra a elegância silenciosa e meticulosa de Samuele. Ivan considerava Samuele um “enfeite”, muito ocupado sendo bonito para entender o trabalho real. Samuele achava Ivan um “troglodita”, incapaz de apreciar a beleza nas coisas pequenas.
O conflito explodiu numa manhã de terça-feira. Um caminhão, ao manobrar para descarregar no bar, raspou a fachada da loja de Samuele, rachando a vitrine e fazendo uma estante de relógios antigos tombar. Samuele saiu, furioso, as palavras afiadas como agulhas de relojoaria. Ivan, responsável pelo carregamento, saiu para enfrentá-lo, seu volume e voz grossa abafando os argumentos precisos de Samuele.
“É só um vidro! Homem de verdade não chora por coisa quebrada!”, rugiu Ivan.
“Homem de verdade tem cuidado com o que não é seu!”, retrucou Samuele, os olhos faiscando. “Essas ‘coisas’ têm mais história e alma do que você jamais terá!”
Ivan ficou em silêncio por um segundo, a insulto o atingindo de um jeito que ele não esperava. Sem dizer uma palavra, virou-se e entrou no bar. Samuele, trêmulo de raiva, voltou para limpar a bagunça.
Minutos depois, a porta da loja se abriu. Ivan entrou, ocupando quase todo o espaço pequeno. Ele não olhava nos olhos de Samuele. Em suas mãos enormes e marcadas, ele carregava uma caixa de madeira.
“Meu avô”, Ivan disse, a voz estranhamente contida. “Era pescador, em Gênova. Este relógio… ele ganhou de meu avô, por ter salvado um barco numa tempestade.” Ele abriu a caixa. Dentro, um relógio de bolso de prata, lindo, mas com o vidro rachado e parado no tempo. “Ninguém aqui tem mãos para consertá-lo. Nem coragem de tentar. Dizem que é muito delicado.”
Ele colocou a caixa no balcão, entre eles, como uma ponte frágil sobre um rio de desentendimentos. “Você disse que essas coisas têm alma. Esta… esta tem a alma da minha família. Conserta ela. Por favor.”
Samuele olhou para as mãos de Ivan, tão desproporcionalmente grandes segurando aquele objeto tão frágil. Olhou para o rosto duro de Ivan, onde agora via não apenas irritação, mas um profundo respeito misturado com vulnerabilidade. A raiva esvaiu-se.
Ele pegou o relógio com cuidado infinito, seus dedos ágeis examinando o mecanismo. “É um trabalho lindo. Um mecanismo Valjoux 1904. Complexo.” Ele ergueu os olhos, encontrando os de Ivan. “Vou precisar de tempo. E de silêncio.”
Ivan apenas assentiu, um único aceno de cabeça.
Nos dias que se seguiram, Ivan começou a aparecer na loja no fim da tarde, sem dizer nada. Trazia às vezes uma garrafa de água fria, ou simplesmente ficava parado na porta, observando Samuele trabalhar com uma concentração que Ivan nunca tinha visto em ninguém. Via as mãos de Samuele, firmes e pacientes, trazendo peças minúsculas de volta à vida. Era um tipo diferente de força, e Ivan começou a admirá-la profundamente.
Samuele, por sua vez, começou a ver além da fachada de **ilterribile**. Percebia o cuidado com que Ivan carregava as caixas mais pesadas para os mais velhos, o respeito silencioso que os outros trabalhadores tinham por ele. Huma honra rústica, sólida como rocha.
Quando o relógio finalmente voltou a tique-taquear, seu som preciso preenchendo a loja, Samuele chamou Ivan. Ele o colocou na palma da mão enorme de Ivan. “Está pronto. Ele guardará o tempo da sua família novamente.”
Ivan fechou os dedos com extrema suavidade ao redor do relógio, como se segurasse um pássaro. A emoção no seu rosto era tão nua e crua que tirou o fôlego de Samuele.
“Quanto devo?” perguntou Ivan, a voz rouca.
Samuele hesitou. “O pagamento… pode ser um jantar. Em algum lugar que não sirva peixe frito.”
Um sorriso lento, transformador, iluminou o rosto de Ivan. Era como o sol rompendo uma névoa densa. **Ivan.ilterribile** desapareceu, e só Ivan permaneceu.
“Combinado”, ele disse.
A partir daquele dia, a rua do porto testemunhou uma nova parceria. Samuele ainda era **sexysamu**, impecável e charmoso, mas agora suas fotos online às vezes mostravam um par de braços musculosos ao fundo, segurando uma xícara de café simples. E Ivan ainda era **ilterribile** no trabalho, mas seus colegas notavam um novo relógio de pulso, preciso e elegante, e um sorriso mais fácil, especialmente quando ele atravessava a rua ao meio-dia, dirigindo-se à loja de consertos para o almoço.
Eles eram, no fundo, ainda opostos: o **terrível** e o **sexy**, a força bruta e a delicadeza. Mas descobriram que o amor não era sobre ser igual. Era sobre ser a caixa forte para a joia mais frágil, e ser a ferramenta precisa que ajusta o mecanismo mais resistente. Era sobre encontrar, no outro, a peça que faltava para que o próprio tempo fizesse sentido.




