Oliver Marks gets fucked by Rocky Unleashed

Oliver Marks vivia no silêncio. Seus dias eram medidos no ritmo monótono da livraria “Páginas Esquecidas”, onde a poeira dançava em feixes de luz e o aroma de papel antigo era sua única companhia constante. Ele era um cuidador de histórias alheias, mas sua própria história parecia escrita a lápis, prestes a ser apagada.
Tudo mudou numa terça-feira chuvosa. Ao fechar a loja, um som abafado de choro o guiou até o beco dos fundos. Lá, dentro de uma caixa de papelão encharcada, estava um vira-lata de tamanho considerável, trêmulo, com pelos da cor de ferrugem e olhos que eram duas bolas de âmbar cheias de um medo profundo. Na coleira gasta, uma plaqueta de metal cunhada à mão: “Rocky Unleashed”.
Oliver hesitou. “Unleashed” significava “desencadeado”, “solto”. Um nome perigoso para uma criatura tão amedrontada. Mas aqueles olhos… Oliver estendeu a mão. O cão encolheu-se, depois cheirou seus dedos, e uma cauda pesada e molhada moveu-se uma vez, num gesto frágil de esperança.
Levá-lo para casa foi o começo de um caos gentil. Rocky não era um cão, era um furacão de necessidades. Tinha medo de trovões, destruía almofadas quando deixado sozinho por cinco minutos, e seu passeio na coleira era menos um passeio e mais uma batalha épica contra ventos imaginários. Mas, aos poucos, Oliver descobriu o verdadeiro significado do nome. Rocky não era “solto” no sentido de feroz; ele era uma força da natureza contida que ansiava por ser liberta de seus medos.
Oliver, o homem do silêncio, começou a falar. Falava com Rocky sobre os livros, sobre o dia, sobre seus próprios receios escondidos. Rocky ouvia, inclinando a cabeça, seu rabo batendo no chão como um metrônomo para a cura de Oliver.
O verdadeiro teste veio seis meses depois. Num passeio no parque, um ciclista desgovernado avançou em direção a uma criança distraída. Oliver congelou, preso ao seu casulo de hesitação. Mas um rosnado baixo, que mais parecia um trovão, ecoou ao seu lado. Rocky partiu como um raio. Não para atacar, mas para se colocar entre a criança e a bicicleta, um obstáculo imóvel e imponente. O ciclista desviou, caiu na grama, sem ferimentos. A criança estava a salvo.
Naquele momento, Oliver viu a transformação. O medo nos olhos de Rocky fora substituído por uma determação serena. A força sempre esteve lá, não como violência, mas como proteção. Rocky Unleashed havia, finalmente, entendido seu propósito: não era ser uma fera solta, mas um coragem desencadeada.




