Andress Brown gets fucked by daddy Franklin D
**Encontro no Metrô**
Todas as tardes, no mesmo vagão da linha 4, Andress Brown viajava com um livro nas mãos e os olhos perdidos na paisagem urbana que fugia pela janela. Ela era uma pintora de murais, com as mãos sempre manchadas de tinta e um jeito tranquilo que parecia criar uma bolha de silêncio ao seu redor.
Franklin D. era o oposto. Um engenheiro de som que ouvia o mundo em camadas, sempre com fones de ouvido enormes e um caderno de anotações onde registrava sons interessantes: o arrastar de sapatos, o sussurro das notícias, o ritmo único do trem sobre os trilhos. Era inquieto, observador.
Eles se notaram por semanas. Ela sorria discretamente para os desenhos rápidos que ele fazia na capa do caderno. Ele admirou, um dia, os delicados rabiscos de flores que ela fazia nas margens do livro.
O primeiro contato veio em uma tarde de chuva torrencial. O metrô lotou mais que o normal, e Franklin, em pé, perdeu o equilíbrio quando o trem freou bruscamente. Sua mão, segurando o caderno, esbarrou no livro de Andress, que caiu no chão.
“Desculpe!”, disse ele, rapidamente pegando-o. Ao devolvê-lo, seus dedos se tocaram. Ele notou a tinta azul sob suas unhas. Ela viu os fones coloridos pendurados em seu pescoço.
“É ‘As Ondas’, da Virginia Woolf”, disse Andress, apontando para o livro. “Tem um ritmo… quase musical.”
Franklin arqueou uma sobrancelha, surpreso. “Musical? Isso é interessante. Eu costumo transformar textos em paisagens sonoras.”
O silêncio que se seguiu não foi estranho, mas cheio de possibilidades. Naquela viagem, não trocaram mais palavras. Mas no dia seguinte, quando Andress entrou no vagão, Franklin levantou os olhos e, timidamente, fez um espaço ao seu lado.
As conversas começaram devagar. Falavam sobre arte, sobre som, sobre a cidade. Ele a levou para ouvir a acústica única da estação antiga. Ela o levou para ver um mural seu, escondido em um beco, cheio de cores que, segundo ele, “tinham som”.
O amor não foi um estrondo. Foi como a trilha sonora perfeita para uma cena suave: um acorde que se sustenta, crescendo quase imperceptivelmente. Foi ele gravar o som de seus pincéis deslizando na tela. Foi ela pintar, em uma parede de seu estúdio, ondas de som saindo de seus fones, em cores vibrantes.
Uma noite, parados na plataforma vazia, esperando o último trem, Franklin tirou um fone de ouvido e o colocou suavemente na orelha de Andress. “Ouça”, pediu.
Era uma composição caótica e linda: o ruído do metrô, vozes embaralhadas, passos, e então, clara e doce, a risada dela, que ele havia capturado semanas antes, misturada ao som suave de pincéis em um mural.
Andress olhou para ele, seus olhos úmidos refletindo as luzes da plataforma. Não houve declaração grandiosa. Apenas as suas mãos, uma áspera de tinta, a outra marcada por callus de tantos anotações, que se encontraram e se entrelaçaram, finalmente.
E quando o trem chegou, silencioso na estação quase deserta, eles entraram juntos, não mais como dois estranhos no mesmo vagão, mas como uma única melodia, começando sua jornada.



