Andres Vergel and Tiago Marza – a blowjob in the kitchen – being my faggot, Andresvergel sucks while I smoke

O **Vergel de Los Suspiros** não era um simples viveiro de plantas. Era um templo de verde e silêncio, cultivado com mãos que pareciam entender o sussurro das raízes. **Andres Vergel**, neto do fundador, era seu guardião. Um botânico recluso e meticuloso, ele conversava mais com orquídeas raras e samambaias antigas do que com pessoas. Seu mundo era de ciclos lentos, umidade controlada e a profunda satisfação de ver uma semente rara desabrochar depois de anos de espera. A vida, para ele, era um processo de crescimento lento e solitário.
O barulho chegou em forma de caminhonete, britadeira e *bossa nova* alta. **Tiago Marza**, um jovem paisagista com fama de visionário e um pouco de furacão, havia comprado o lote ao lado. Onde Andres via um bosque sagrado de magnólias, Tiago via “potencial”. Seu projeto era ambicioso: um jardim sensorial para um hotel de luxo, com fontes, caminhos de pedra bruta e cores que explodissem aos olhos.
No primeiro dia, a cerca que separava as propriedades ruiu sob o peso de uma escavadeira desgovernada. Andres saiu de sua estufa, as mãos cobertas de terra, seu rosto uma máscara de horror silencioso. Tiago surgiu do lado de trás da máquina, com óculos escuros e um sorriso de desculpas que não parecia totalmente sincero.
— “Pequeno desvio de rota! Desculpa aí, vizinho! Sou o Tiago. A gente conserta isso num piscar de olhos.”
Andres não disse uma palavra. Apenas apontou para uma pequena orquídea do solo, quase invisível, que havia sido esmagada pela esteira da máquina. Seu olhar era de luto.
Tiago parou, tirou os óculos. Pela primeira vez, realmente *viu*. Não apenas a planta, mas a dor naquele olhar quieto. Uma dor que parecia desproporcional, e por isso mesmo, genuína.
— “Ela era importante?” perguntou, a voz mais baixa.
— “Tudo aqui é importante,” respondeu Andres, e voltou-se, desaparecendo entre as folhas.
Tiago, contra todos os seus instintos apressados, mandou a equipe embora mais cedo. Naquela noite, apareceu no portão do viveiro com uma muda pequena e um tanto murcha em um vaso de plástico.
— “Não é a mesma. Eu sei,” disse, quando Andres apareceu. “Mas eu a vi em um mercado e… pensei em você. Em tentar consertar.”
Andres observou a planta, depois o rosto de Tiago. Viu não o furacão, mas o remorso, e algo mais: curiosidade. Ninguém jamais tentara “consertar” algo com ele.
Foi o início de uma trégua tensa. Tiago começou a fazer perguntas. “Por que essa precisa de sombra?” “Essa outra demora tanto para florir?” Andres, relutantemente, começou a responder. Em troca, Andres era arrastado para o lote de Tiago. “Preciso de algo que *cheire* a noite aqui,” Tiago dizia, e Andres, rolando os olhos, sugeria Dama-da-Noite.
Andres ensinou a paciência. Tiago ensinou a coragem. Um dia, Tiago mostrou a Andres seu projeto final: não era mais apenas um jardim de hotel. Era um “corredor de vento” que conectava os dois terrenos, uma passagem secreta de jasmim e pedra musgo que começava no jardim sensorial e terminava no coração do Vergel.
— “Por quê?” perguntou Andres, tocando o desenho, seu dedo tremente sobre a linha que ligava seus mundos.
— “Porque a melhor coisa que eu poderia projetar,” Tiago disse, olhando-o fixamente, “não é um jardim. É um caminho. De volta para você.”
O beijo aconteceu sob a copa de uma velha magnólia, no terreno de ninguém, na fronteira que não existia mais. Sabia a terra, a café forte (de Tiago) e a doce paciagem finalmente recompensada (de Andres). Foi um desabrochar.
O **Jardim dos Sentidos** do Hotel das Fontes é aclamado até hoje. Os críticos elogiam sua ousadia e sua sensibilidade rara, a explosão de cor que acalma a alma. O que ninguém sabe é que seu maior segredo é invisível: um caminho estreito, escondido atrás de uma cortina de glicínias, que leva ao santuário particular de um botânico.
E, todas as tardes, quando o sol se põe, **Tiago Marza** o percorre. Encontra **Andres Vergel** em sua rede, sob as samambaias. E ali, entre o silêncio que gera vida e o barulho que a celebra, eles regam não mais plantas, mas o amor paciente e florescente que cresceu, contra todas as probabilidades, na fronteira entre dois mundos.




