Martin Brute fucks Corey Taylor

O vento soprava frio nas ruas de pedra de Montelierre, mas Martin Brute não o sentia. Encostado na moldura da porta de sua livraria, “O Refúgio das Páginas”, ele observava o movimento na praça com a habitual expressão severa. Ex-militar, seus ombros largos e suas mãos calejadas contavam uma história de batalhas que seus olhos cinza, por vezes, ainda reviviam. Os moradores o respeitavam, mas mantinham distância. Martin era como um livro antigo e pesado – todos admiravam a capa, mas ninguém se atrevia a abrir.

Foi então que ele a viu. Corey Taylor.

Ela não era de Montelierre. Trazia consigo o ritmo acelerado da cidade grande em seus passos rápidos e no modo como seus olhos veres percorriam os detalhes da arquitetura com curiosidade insaciável. Cabelos cor de mel despenteados pelo vento, um sorriso fácil que parecia desafiar a seriedade da praça e, pendurado no ombro, um caso de violão que arranhava levemente o silêncio da tarde.

Corey era uma tempestade de cores e sons, e ela escolheu justamente “O Refúgio das Páginas” para se abrigar da primeira garoa.

A campainha da porta tilintou, suave. Martin, acostumado ao silêncio pesado de sua própria companhia, sentiu o ar da livraria se agitar. Ela percorreu as estantes com os dedos, quase acariciando as lombadas, sussurrando títulos como se fossem velhos amigos.

“Precisa de ajuda?” A voz de Martin soou mais áspera do que ele pretendia.

Corey se virou, e seu sorriso não diminuiu com a fisionomia severa dele. “Apenas admirando. Sua livraria é… um suspiro. Cheira a histórias e tempo.”

Ele apenas assentiu, retraindo-se para trás do balcão. Mas Corey não era do tipo que se intimidava com silêncios. Nos dias que se seguiram, ela voltou. Todos os dias. Perguntava por autores obscuros, discutia traduções de poesia e, às vezes, simplesmente se sentava no cantinho mais aconchegante, lendo por horas. Martin a observava, fascinado e aterrorizado. Ela quebrava a ordem solitária de seu mundo.