O mundo de Jettagain era feito de vento e velocidade. Ele era um farol, um anacoreta do asfalto, vivendo na solidão majestosa das estradas que serpenteavam montanhas e beiravam oceanos. Sua moto era sua única companheira fiel, o ronco do motor sua única sinfonia. Ele corria não para chegar a lugar nenhum, mas para fugir de tudo – especialmente da quietude que sussurrava lembranças de vidas que não eram mais suas.
OnlyOscar era o oposto completo. Seu mundo era um apartamento minúsculo cheio de plantas, onde a luz do entardecer pintava as paredes de dourado. Ele era um colecionador de quietudes: o som da água regando as folhas, o riscar suave de sua caneta-tinteiro no papel, o silêncio aconchegante de um bom livro. Oscar não fugia de nada; ele cultivava seu pequeno universo com um cuidado meticuloso e gentil, achando beleza na precisão de cada detalhe estático.
