Xander Gomez and Jeremy Salvatore – pick up at the park

Xander Gomez era um colecionador de silêncios. Sua vida era uma tapeçaria de momentos quietos: o sussurro do lápis sobre o papel, o cheiro de livros antigos na biblioteca onde trabalhava, o ruído suave da chuva contra sua janela no apartamento minúsculo. Seu mundo era interior, seguro e previsível, um refúgio contra o barulho excessivo da cidade.

Jeremy Salvatore era um furacão de luz e som. Astrônomo amador e dono de um pequeno planetário itinerante, ele falava em constelações e buracos negros com um entusiasmo contagiante. Sua presença preenchia uma sala, seu riso era alto e genuíno, e sua vida parecia ser uma busca incansável pela próxima maravilha cósmica.

Seus caminhos se cruzaram em uma noite de eclipse lunar. O planetário de Jeremy estava montado na praça principal, e Xander, contrariando seu próprio hábito de ficar em casa, foi atraído pela promessa de ver o céu de perto. Enquanto a multidão se aglomerava, Xander ficou na periferia, observando as pessoas, não as estrelas.

Jeremy, no comando de seu telescópio, notou o homem quieto parado sozinho sob a sombra de uma árvore. Havia uma serenidade nele que contrastava com a energia efervescente do evento. Após explicar o fenmeno para um grupo de crianças, Jeremy se aproximou.

“Você veio para o eclipse ou para fugir dele?” perguntou Jeremy, um sorriso brincalhão nos lábios.

Xander surpreendeu-se com a pergunta e com a intensidade daquele sorriso. “Acho que… para observar os observadores,” respondeu, timidamente.

“Um estudioso do comportamento humano sob o céu noturno. Interessante,” Jeremy riu. “Venha. Deixe-me mostrar-lhe algo que é melhor do que pessoas.”