Twink gets fucked by Daniel Hausser and friend

O mundo de Daniel Hausser era construído sobre silêncios. Ele era um restaurador de livros, um homem cujos dias eram medidos pelo sussurro das páginas sendo viradas, pelo cheiro suave de cola de pele de coelho e pelo tato preciso de suas ferramentas sobre papéis centenários. Sua oficina, escondida no fundo de uma livraria antiga, era um santuário de paz e poeira dourada. Daniel preferia a companhia das palavras encadernadas à das pessoas; elas eram mais previsíveis, menos barulhentas, mais fáceis de consertar quando quebradas.

Tudo mudou num sábado chuvoso de outono.

Uma mulher entrou na livraria, não com a hesitação típica de um cliente, mas com a energia determinada de uma tempestade. Ela carregava um livro velho e bastante maltratado contra o peito, como se fosse uma criança ferida. Seu nome era Elara, e ela era uma livreira itinerante, especializada em procurar tesouros literários esquecidos em vendas de garagem e sótãos.

“Preciso de ajuda”, ela disse, seus olhos verdes fixos em Daniel com uma intensidade que quase o fez recuar. “Encontrei isto. É uma primeira edição de ‘Mrs. Dalloway’, mas está… frágil.”

Ela estendeu o livro. Daniel, com suas mãos cuidadosas, pegou-o. A capa estava solta, as páginas estavam manchadas de umidade e o cheiro era de abandono. Era um caso sério, quase perdido.

“É um projeto desafiador”, ele respondeu, sua voz soando áspera por falta de uso. “Pode levar semanas.”

“Eu sei”, disse Elara, um sorriso teimoso brincando em seus lábios. “Mas vale a pena, não vale? Salvar uma história?”

Daniel não pôde discordar. Ele aceitou o trabalho.

Nas semanas que se seguiram, a oficina silenciosa de Daniel foi invadida. Elara aparecia todos os dias, não para pressioná-lo, mas para observar. Ela sentava em um banco alto perto da janela, falando baixinho sobre os livros que havia encontrado, as histórias que havia ouvido, as cidades por onde havia passado. Ela era barulhenta, cheia de vida e de perguntas. E, para a surpresa de Daniel, ele começou a gostar daquele barulho.

Ele descobriu que seu silêncio não era uma preferência, mas um hábito. Um hábito que começou a quebrar. Ele lhe contava sobre os segredos dos livros – como o ácido no papel moderno os destruía lentamente, enquanto estes velhos volumes, feitos de trapos, poderiam durar séculos. Ele mostrava a ela a delicada arte de reforçar uma lombada, de limpar uma mancha sem apagar uma palavra.

Elara via as mãos de Daniel trabalharem e via não apenas um artesão, mas um guardião. Ela via a devoção em seus olhos quando ele alisava uma página amassada, o cuidado com que ele misturava os tons de tinta para tocar uma letra desbotada. Ela não estava apaixonada apenas pelo livro que estava sendo salvo, mas pelo homem que o estava salvando.

Uma tarde, o trabalho estava finalmente concluído. ‘Mrs. Dalloway’ estava inteira novamente, sua história preservada por mais uma centena de anos. Daniel entregou o livro a Elara, sentindo uma pontada estranha de tristeza. Aquele projeto era a desculpa para as visitas dela. Agora, ela iria embora.

Elara pegou o livro, passando os dedos sobre a capa restaurada. Seus olhos estavam brilhantes.

“É perfeito, Daniel”, ela sussurrou. E então, colocando o livro de lado na bancada, ela acrescentou: “Mas não é mais o meu tesouro mais precioso que encontrei nesta sala.”

Daniel olhou para ela, confuso.

Ela deu um passo à frente, fechando a distância entre eles. O cheiro de tinta e papel antigo se misturou ao seu perfume de chuva e jasmim.

“Você passou semanas restaurando as palavras de outra pessoa”, ela disse, sua voz suave, mas firme. “Deixe-me ter a chance de ler a sua história.”

E naquele momento, no santuário empoeirado de Daniel Hausser, o silêncio foi finalmente preenchido. Não com palavras de páginas velhas, mas com o som de seu próprio coração, batendo forte e claro, enquanto ele permitia que seus olhos encontrassem os dela e, pela primeira vez, contassem uma história própria. A história de um homem que, depois de consertar tantas coisas quebradas, estava finalmente se deixando consertar pelo amor.