Tim Gottfrid (timgottfridxxx) fucks Rico Marlon

O barulho do fliperama era uma sinfonia de luzes piscantes e *beeps* eletrônicos. Tim Gottfrid, ou “timgottfridxxx” nas telas de *score*, era um mestre daquele universo. Seus dedos dançavam sobre os botões do *Punch-Out!!* com uma precisão cirúrgica, um ritual solitário de alta pontuação e fones de ouvido abafando o mundo. Sua vida era um loop de pixel e solidão, um jogo de um jogador só.
Rico Marlon era o oposto. Ele não tinha paciência para os arcades. Seu reino era a pista de *skate* do lado de fora, onde o concreto era sua tela e as manobras, sua arte. Seu riso era alto, contagiante, e ecoava pelo shopping, um som tão real quanto os *grinds* e *ollies* que ele executava com uma graça despretensiosa.
Num dia comum, o destino travou. Rico, em uma manobra mal calculada, perdeu o controle do *skate* e este voou pela porta aberta do fliperama, parando com um estrondo metálico contra a máquina de *Punch-Out!!* de Tim.
O *Game Over* piscou na tela. Tim puxou os fones de ouvido, o coração batendo forte de susto. Ele se virou, pronto para encarar o intruso, e viu Rico se levantando atordoado, um pouco envergonhado, com o joelho ralado.
“Putz, mano, minha bad! Deixa eu te pagar uma ficha pra compensar?”, Rico ofereceu, seu sorriso fácil aparecendo, mesmo constrangido.
Tim, que normalmente teria resmungado e voltado ao jogo, ficou paralisado. Havia uma energia tão vital naquele estranho, uma autenticidade que faltava nos personagens de seus jogos. Em vez de raiva, ele sentiu curiosidade.