Thomas Johnson (MrDeepVoice) fucks Luca Del Rey

O estúdio de gravação cheirava a madeira encerada e café forte. Era o refúgio de Thomas Johnson, conhecido no mundo dos audiobooks como “MrDeepVoice”. Sua voz, aveludada e profunda, era capaz de dar vida a dragões, heróis e amantes com igual convicção. Era um instrumento preciso, controlado, um dom que ele tratava com respeito profissional, mas com um distanciamento emocional que o protegia.
Um dia, a porta do estúdio se abriu e entrou Luca Del Rey.
Ele era o oposto de Thomas em every way. Usava uma camiseta desbotada de uma banda indie, jeans com rasgões e um par de tênis coloridos. Seus cabelos cacheados pareciam desafiar a gravidade e seus olhos verdes brilhavam com uma energia quase inquieta. Luca era o novo editor de áudio designado pela editora para trabalhar nos projetos de Thomas.
“Oi, eu sou o Luca. Vou ser seu editor a partir de hoje”, disse ele, com uma voz suave, melodiosa, que soava como uma risada contida.
Thomas apenas assentou, profissional. “Thomas. Prazer.”
O trabalho começou. Enquanto Thomas gravava, impecável e sério, Luca ficava atrás do vidro à prova de som, dançando levemente na cadeira, imerso na batida de uma música que só ele podia ouvir. Às vezes, ele fechava os olhos, completamente capturado pela narrativa, e um sorriso tranquilo aparecia em seus lábios.
Thomas, acostumado a editores silenciosos e invisíveis, se sentia… observado. Distraído. Pela primeira vez em anos, ele estava consciente de cada pausa, cada respiração, cada entonação. A presença vibrante de Luca do outro lado do vidro quebrava sua concentração habitual.
Durante uma pausa, a voz de Luca ecoou no fone de Thomas: “Thomas, desculpa interromper. Naquela última fala do personagem… você pode tentar com um pouco mais de vulnerabilidade? Ele está confessando um amor, não lendo um contrato.”
Thomas ficou irritado. Ninguém questionava sua técnica. “Eu sei como interpretar um texto, Luca.”
“Eu não duvido”, a voz suave respondeu, sem hesitação. “Mas eu ouço a técnica. Não ouço o coração.”
A observação atingiu Thomas como um flecha. Era a verdade nua e crua que ele evitava há anos. Ele respirou fundo e, olhando para os olhos verdes cheios de sinceridade do outro lado do vidro, tentou novamente. Desta vez, ele não pensou na respiração diafragmática ou no tom. Pensou em como seria dizer aquelas palavras para alguém. De verdade.
Quando terminou, houve um silêncio no fone. Então, ouviu-se um suspiro. “Perfeito”, sussurrou Luca, e a palavra soou como a mais genuína das aprovações.
A partir daquele dia, uma dinâmica nova se estabeleceu. Thomas começou a gravar não para um editor anônimo, mas para Luca. Para provocar aquele suspiro, para ganhar aquele sorriso. E Luca, por sua vez, começou a deixar pequenas notas escritas no estúdio: “Bom trabalho hoje” ou um desenho tolo de um dragão ouvindo fones de ouvido.
A atração era palpável, um campo magnético entre o vidro à prova de som que os separava. Thomas descobria que ansiava pelas sessões, pela energia contagiante de Luca, pela forma como ele fazia o mundo cinza de Thomas ganhar cores.
A gota d’água foi um problema técnico. O sistema de áudio falhou no meio de uma gravação crucial. Frustrado, Thomas saiu da cabine para encontrar Luca já deitado no chão, debaixo da mesa de som, com uma chave de fenda na mão.
“O que você está fazendo?” perguntou Thomas.
“Consertando”, a voz veio de debaixo da mesa, como se fosse a coisa mais natural do mundo. “Eu não sou só um cara que gosta de música, também conserto as coisas.”
Thomas se ajoelhou para olhar. Luca estava concentrado, uma leve franja de suor em sua testa. De repente, ele puxou um cabo e olhou para Thomas, vitorioso. “Pronto!”
Eles ficaram ali, a centímetros de distância, ajoelhados no chão, envoltos em um emaranhado de cabos. O ar parou. Thomas podia sentir o calor do corpo de Luca. A voz profunda de Thomas falhou pela primeira vez. “Luca, eu…”
Não houve necessidade de palavras. Luca se inclinou para frente e fechou a pequena distância entre eles. O beijo foi uma colisão de mundos: o café forte encontrou a energia doce de uma balada indie; a seriedade encontrou a risada solta; a profundidade encontrou a melodia.
Quando se separaram, ofegantes, Thomas encostou a testa na de Luca.
“Eu só conserto o equipamento, hein?”, Luca sussurrou, seu sopro quente contra os lábios de Thomas. “Os corações são com você. Você é o especialista em emoções.”
Thomas riu, um som profundo e verdadeiro que ecoou no estúdio silencioso. “Acho que encontrei minha musa inspiradora.”
Luca sorriu, seus olhos verdes brilhando. “E eu finalmente encontrei a voz que faz meu coração querer sintonizar apenas numa estação. A sua.”
Dentro daquela sala à prova de som, isolados do mundo, MrDeepVoice encontrou não apenas um editor, mas a melodia que sua vida sempre precisou. E Luca, finalmente, encontrou a voz que seu coração sempre quis ouvir.