TheLV and Brody Meyer fuck

No coração de uma cidade costeira, onde o asfalto encontrava a areia, existia uma galeria de arte urbana chamada “TheLV”. O nome não era um acrônimo, mas o pseudônimo de sua criadora: Teresa “T” L. Vargas. Ela era uma artista de graffiti e pintura em tela, cujas obras eram explosões de cor contra o cinza, assinadas sempre com as letras estilizadas “TheLV”.
Brody Meyer era bombeiro voluntário na mesma cidade. Seus dias eram marcados por rotinas de treinamento, chamadas de emergência e o cuidado constante com seu avô. Seu refúgio eram as caminhadas noturnas pela orla, onde a cidade parecia respirar mais devagar.
Uma noite, após um turno particularmente difícil, Brody decidiu desviar seu caminho habitual e se encontrou numa rua lateral, diante da fachada vibrante da galeria TheLV. A porta estava entreaberta, e a luz vazava para a calçada. Curioso, ele espiou para dentro.
Lá estava Teresa, de pé no meio da galeria, com as mãos e o avental manchados de tinta azul-cobalto. Ela ajustava uma grande tela abstrata que parecia capturar a fúria e a beleza do oceano durante uma tempestade. Seu rosto, concentrado e forte, iluminado pela luz fria dos spots, prendeu Brody ali, na soleira da porta.
— A galeria está fechada — disse Teresa, sem virar, sentindo sua presença.
— Eu vi a luz. Achei que podia ser uma emergência — respondeu Brody, com a voz ainda um pouco rouca da fumaça do dia.
Ela finalmente se virou, e seus olhos se encontraram. Ele viu a intensidade criativa nela. Ela viu a fadiga honesta e a gentileza nele.
— Emergência artística, no máximo. Estou travada nesse quadro há três dias — confessou, surpresa por sua própria franqueza.
Brody deu um passo para dentro, observando a pintura.
— Parece o mar na Ponta Norte, pouco antes de uma tempestade chegar. É assustador, mas você não consegue deixar de olhar.
Teresa ficou surpresa. Era exatamente essa a sensação que queria transmitir, a mesma que tinha ao observar a fúria do mar daquele penhasco.
Naquela noite, não saíram como amigos, nem como amantes. Saíram como duas pessoas que haviam encontrado, por acaso, um ponto de conexão inesperado. Brody começou a frequentar a galeria, não mais apenas à noite, mas em seus horários vagos. Aprendeu a misturar tintas, a esticar telas. Trouxe para Teresa a sensação de solidez, de chão firme, que ela, sempre voando em suas ideias, nem sabia que precisava.




