The Occitan Prince fucks Manuel Skye – Cards Of Desires

O Príncipe Occitano era um mito. Um fantasma dos telhados de Marselha. Diziam que ele aparecia ao pôr do sol, uma silhueta contra o céu incendiado de laranja e púrpura, observando a cidade antiga com olhos que guardavam segredos de trovadores e cátaros. Ninguém sabia seu nome real, apenas o título poético e melancólico que o povo lhe dera.

Manuel Skye não acreditava em mitos. Acreditava em concreto, aço e linhas limpas. Era um arquiteto estrangeiro, convidado para projetar um novo museu à beira do Vieux-Port. Sua vida era de ângulos retos, plantas baixas e a certeza de que tudo podia ser planejado, dominado.

Uma noite, com a planta estendida sobre a mesa de seu apartamento com vista para os telhados, ele viu o mito. Lá estava, inegavelmente real. Uma figura esguia e solitária, sentada na beirada de uma chaminé de terracota, como um pássaro noturno prestes a decolar. Algo na postura daquela figura — uma tristeza serena, uma dignidade antiga — fez o coração de Manuel, tão acostumado à lógica, dar uma guinada irracional.

Não pensou. Pegou duas garrafas de cerveja, subiu a escada de serviço e emergiu no telhado.

O ar noturno estava fresco. O Príncipe Occitano virou-se lentamente, sem surpresa, como se já esperasse por alguém. Seus olhos eram da cor do céu antes da tempestade.

“Não se assuste”, disse Manuel, em um francês carregado de sotaque. “Trouxe um tributo. Para o soberano destes telhados.”

Um sorriso quase imperceptível tocou os lábios do Príncipe. “E quem ousa invadir meu reino de ardósia e musgo?”