The Dream Team fuck – Darren, Igor, Lucas

O estúdio de Lucas cheirava a tinta a óleo e café forte. Cavaletes ocupavam cada centímetro de espaço livre, exibindo telas de paisagens urbanas melancólicas, seu tema de sempre. Era uma vida ordeira, previsível e profundamente solitária.

Tudo mudou numa noite de chuva, quando Darren e Igor bateram à sua porta, encharcados e perdidos.

Darren era o sol. Cabelos descoloridos pelo cloro, ombros largos de nadador, e um sorriso tão aberto e genuíno que era quase desarmante. Ele falava com as mãos, gesticulando largamente enquanto contava como o GPS do telefone os tinha enganado.

Igor era a lua. Mais baixo, de cabelo escuro e olhos sérios por trás de óculos de aro fino, observava tudo com uma quietude analítica. Enquanto Darren se desdobrava em desculpas, Igor já estava a examinar os quadros de Lucas com um interesse silencioso e intenso.

“Desculpe a intrusão,” disse Igor, a voz suave mas firme. “O seu trabalho é extraordinário. Há uma solidão nestas ruas que é… palpável.”

Lucas, um homem habituado à sombra, sentiu-se simultaneamente cego e visto. Darren trouxe o calor e o barulho; Igor, a compreensão profunda.

Os dias que se seguiram transformaram-se em semanas, e a dupla tornou-se uma presença constante. Darren, um fisioterapeuta com uma paixão por jardinagem, começou a trazer vasos com ervas aromáticas para o apartamento sombrio de Lucas. “Um pouco de vida, amigo!” ele dizia, colocando um vaso de manjericão no parapeito da janela mais ensolarada.

Igor, um arquivista de museu, começou a ajudar Lucas a catalogar a sua obra. Passavam horas em silêncio comfortável, o único som era o virar das páginas de um caderno e a respiração sincronizada. Foi Igor quem, num sussurro numa noite tranquila, disse a Lucas: “Você pinta o vazio, mas não precisa mais vivê-lo.”

Lucas percebeu que não estava a apaixonar-se por um, mas pelos dois. Pela maneira como a energia radiante de Darren equilibrava a seriedade de Igor, e pela forma como a inteligência tranquila de Igor acalmava o ímpeto de Darren. Eles eram um sistema solar completo, e Lucas, de repente, tinha um lugar na sua órbita.

O medo paralisou-o. Como podia ele, um artista de meia-idade com o coração em ruínas, perturbar aquela dinâmica perfeita?