Teddy Bear (GoGoTeddyBear) and The Ginger Fox (thegingerfoxxx) flip fuck
 
						O mundo de GoGoTeddyBear era feito de algodão fofinho e costuras cuidadosas. Teddy (como os poucos íntimos o chamavam) criava bichos de pelúcia em seu pequeno apartamento, um santuário acolchoado onde cada urso, coelho e gambá tinha um nome e uma personalidade. Sua vida era tranquila, acompanhada pelo zumbido da máquina de costura e pela chuva batendo na janela. Ele acreditava no poder de um abraço apertado, mesmo que fosse de feltro e recheio de espuma.
Do outro lado do corredor, do apartamento de número 7, vinham explosões de cor e o som abafado de rock clássico. The Ginger Fox, ou simplesmente Ginger, era uma força da natureza. Cabelos ruivos como chama, roupas ousadas e uma energia que poderia alimentar uma pequena cidade. Ela era artista de performance e pintora, cujas telas eram tão intensas e indomáveis quanto ela.
Seu primeiro encontro não foi um encontro, foi um incidente.
A tinta vermelha de Ginger, em um acesso de criatividade, vazou sob sua porta e manchou a soleira imaculada de Teddy. Ele, de coração preso, bateu à sua porta, segurando um pano limpo. Ela abriu, vestindo um macacão manchado de tinta, com um pincel na mão e um olhar selvagem.
— Ah, não! Minha crise expressionista escapuliu! — ela exclamou, sem um pingo de arrependimento.
Teddy, que tinha preparado um discurso firme, derreteu-se diante daquela sinceridade caótica. — É… parece que sim. — Ele estendeu o pano. — Acho que posso ajudar a limpar.
O que começou como uma operação de limpeza virou uma trégua, depois uma amizade. Teddy começou a visitar o estúdio de Ginger, fascinado pelo caos organizado. Ele, que trabalhava com padrões precisos, via beleza na maneira como ela arremessava tinta na tela. Ginger, por sua vez, começou a aparecer no apartamento de Teddy, buscando um refúgio do turbilhão de sua própria mente. Ela se encolhia em seu sofá, envolta em uma manta, observando suas mãos cuidadosas darem vida ao feltro.
Era o contraste mais improvável: o urso de pelúcia e a raposa de fogo. Ele a ensinou a costurar, e suas mãos, acostumadas a golpes largos e dramáticos, tremiam ao tentar fazer um ponto simples. Ela o levou para uma feira de arte, e ele, que vivia em tons pastel, ficou maravilhado com o choque de cores e sons.
A atração era um fogo lento, como um aquecedor sob uma pilha de cobertores. Confortável, constante e impossível de ignorar.
O clímax aconteceu em uma noite chuvosa. A energia do prédio caiu, mergulhando tudo na escuridão e no silêncio. Ginger, assustada com a solidão que a escuridão sempre trazia, foi até a porta de Teddy. Ele a recebeu com uma lanterna e um de seus primeiros ursinhos, um pequeno e corajoso raposinho de feltro.
— Para fazer companhia — ele disse, sua voz um cobertor quente no escuro.
Sob a luz fraca da lanterna, rodeados pelos olhos de vidro dos bichos de pelúcia, a distância entre eles sumiu. O primeiro beijo teve o gosto do chá de camomila que ele tinha feito e do vinho tinto que ela tinha bebido. Foi um contraste de sensações: os lábios macios dele contra os ligeiramente salgados dela; a suavidade do seu suéter contra o couro do seu gorro. Foi o ponto final perfeito em uma costura que já estava sendo feita há tempos.
Agora, o apartamento de Teddy tem uma tela de Ginger na parede — uma explosão de cores quentes que, se você olhar de longe, forma a silhueta de um urso. E o estúdio de Ginger tem uma cadeira confortável no canto, sempre ocupada por um ursinho novo, testemunha silenciosa de que até mesmo uma raposa selvagem precisa de um lugar para chamar de lar. Juntos, eles descobriram que o amor é a mais bela colagem: une o fogo e a fofura, o caos e a calma, criando uma obra de arte que nenhum dos dois poderia ter feito sozinho.
 
				



