Starboykylan – fucking Clark Reid – my POV

O universo de Kylan era silencioso. Não o silêncio pacífico do espaço, mas o silêncio opressor da solidão. A bordo de sua nave, a Estrela Cadente, ele era conhecido apenas como “Starboy” – um explorador solitário que mapeava nebulosas e catalogava estrelas que ninguém mais veria. Sua fama era um fantasma; todos conheciam seu título, ninguém conhecia seu coração.
Sua missão era recolher amostras de asteroides ricos em cristais de energia. Em uma dessas rotinas, seu scanner captou uma anomalia: não uma rocha, mas uma cápsula de escape à deriva, danificada e com sinais vitais fracos.
Ao abri-la, ele encontrou uma jovem com o uniforme de uma facção rival, inconsciente, segurando firmemente um diário com a capa queimada. Seu nome, Elara, estava gravado em uma pulseira. O protocolo ditava que ele a entregasse às autoridades. Mas o protocolo não vivia na solidão da Estrela Cadente. Ele a trouxe para dentro.
Os dias se transformaram em semanas. Elara se recuperou. Inicialmente desconfiada, ela era uma cartógrafa, uma contadora de histórias do cosmos, cuja nave fora destruída em um conflito tolo que ela nunca apoiou. Ela não via um “Starboy” famoso; ela via Kylan. O jovem que collectionava canções de sistemas estelares distantes e que fazia seu café espacial com uma pitada de canela de um mundo extinto.
Kylan, por sua vez, não via uma prisioneira ou uma rival. Via alguém cujos olhos brilhavam com a mesma luz das estrelas que ele tanto amava. Elara lhe mostrou que as estrelas não eram apenas coordenadas, mas personagens de histórias épicas. Ela traduziu os sons que ele coletava em poesia.
Uma noite (ou o que passava por noite no ritmo artificial da nave), eles flutuavam diante do observatório principal, a Nebulosa de Cristal se espalhando como tinta violeta e dourada diante deles.
— Eles te chamam de Starboy — ela disse, sua voz um suave sussurro no silêncio. — Mas é um título muito solitário para alguém que deveria ser uma constelação.
Kylan olhou para ela, seu coração batendo mais rápido que o zumbido dos motores de dobra. A solidão que fora sua companheira por tanto tempo agora parecia um vácuo insuportável.
— Eu não quero ser apenas um “Starboy” — ele confessou, pela primeira vez. — Não para você.
Elara sorriu, e foi o mais belo eclipse que ele já testemunhou. Ela flutuou até ele, e no vasto, infinito vazio do espaço, suas mãos se encontraram. Não foi um beijo de drama cinematográfico, mas um toque suave de testas, uma promessa feita no silêncio entre duas estrelas.
Ele não era mais apenas Kylan, o Starboy solitário. Ele era metade de um sistema binário, duas almas orbitando um centro comum de gravidade, luz e calor. Elara não roubou o Starboy do universo; ela simplesmente lhe deu um novo nome: “Amado”. E, finalmente, seu universo não era mais silencioso. Estava cheio da música dela.