Spikey Dee gets fucked by his new twink friend on the sofa

**A História do Pomar e do Mel**
Spikey Dee não gostava de gente. Preferia as abelhas. Em seu pequeno apiário nos limites da cidade, ele encontrava uma lógica perfeita: trabalho árduo, uma rainha, um propósito coletivo e, claro, o risco controlado de uma ferroada aqui e ali. As pessoas, essas sim, eram imprevisíveis e dolorosas de formas que nenhum veneno de inseto poderia imitar. Seu jeito era espinhoso, seu olhar desconfiado, e o apelido de infância, “Spikey” (Espinhoso), grudara nele como própolis.
Tudo mudou quando a herdeira do velho pomar de macieiras ao lado apareceu. Seu nome era Líria, e ela chegou com vento e planos grandiosos. Queria transformar o pomar abandonado em um refúgio comunitário, com piqueniques, colheita coletiva e aulas de jardinagem. Para Spikey, era seu pior pesadelo: barulho, gente rindo, crianças correndo perto de suas colmeias.
No primeiro dia, ela atravessou a cerca sem cerimônia, com um chapéu de palha e um sorriso que rivalizava com o sol. “Olá, vizinho! Sou a Líria. Vou revitalizar o pomar. Espero que não se importe com um pouco de movimento.”
“Eu me importo”, ele respondeu, de costas, examinando uma moldura. “Especialmente se o ‘movimento’ assustar minhas abelhas. Elas picam.”
“Tudo bem”, ela disse, o sorriso não diminuindo. “Eu trato minhas próprias ferroadas.”
Spikey esperou que ela desistisse. Mas Líria era como a hera teimosa que crescia no muro de pedra: persistente e gentil. Ela não invadia, mas oferecia. Deixava uma cesta de maçãs verdes na cerca. Perguntava, de longe, sobre o ciclo das flores. Uma tarde, uma colmeia enxameou, e um pânico visível tomou conta dos poucos visitantes do pomar. Enquanto todos corriam, Líria parou. Assistiu, calma, enquanto Spikey, com movimentos serenos e experientes, guiava a rainha e o enxame de volta à segurança.
No dia seguinte, ele apareceu na borda do pomar com um pote de mel âmbar puro. “Para as maçãs”, disse ele, sem cerimônia. “Fica bom no recheio da torta.”
Ela provou na hora, com o dedo. Seus olhos se arregalaram. “Isso… isso é ouro líquido, Spikey.”
Pela primeira vez em anos, alguém o chamou pelo apelido sem fazer parecer um insulto. Soou como um nome.
Aos poucos, as defesas de Spikey derreteram como cera de abelha ao sol. Ele começou a reparar a cerca velha do pomar. Ela aprendeu a “conversar” com as abelhas, ficando parada e quieta enquanto ele trabalhava. Ele descobriu que seu riso, longe de ser irritante, era um som que ele queria ouvir mais. Ela descobriu que por trás dos espinhos havia uma lealdade feroz e um conhecimento profundo da terra.
O clímax veio no outono, durante a colheita. Uma tempestade súbita desabou, e Líria, distraída ensacando maçãs, não viu um galho podre se desprender. Spikey a viu. Ele a empurrou para longe com uma força que não sabia ter, levando o golpe no ombro. A dor foi aguda, mas o pânico nos olhos dela foi pior.
Enquanto a chuva caía, eles se abrigaram no galpão das ferramentas. Ela cuidava do seu ombro com mãos surpreendentemente firmes, enfaixando com um lenço.
“Por que fez isso?”, ela sussurrou, a voz embargada. “Poderia ter se machucado seriamente.”
Spikey a fitou, a água escorrendo de seus cabelos curtos. As palavras, sempre tão difíceis, vieram com uma estranha facilidade. “Porque você é a rainha deste pomar. E as abelhas… protegem sua rainha com a vida.”
Líria não disse nada. Em vez disso, inclinou-se e beijou-o, um beijo doce como mel e terroso como a chuva que caía lá fora. Foi um beijo que não prometia um final perfeito e sem espinhos, mas uma jornada compartilhada.
Spikey Dee nunca se tornou uma pessoa sociável. Mas, ao lado de Líria, encontrou uma nova colmeia. O pomar floresceu, e em seu canto mais tranquilo, as abelhas dele zumbiam contentes, polinizando as flores dela. Juntos, eles produziam algo mais raro e doce do que o mel: um amor que havia crescido no terreno inóspito de duas solidões, florescendo contra todas as expectativas, forte e resistente como uma videira antiga.




