Soaked outside and inside – Logan V and Rico Vega fuck

A poeira baixa do desfiladeiro de Marte era fina como cinza, tingindo o céu de um rosa doentio. Logan V ajustou o comando de propulsão de sua nave, a *Fúria Silenciosa*, sentindo o tremor familiar do metal cansado. Ele era um caçador de recompensas, um espectro nos Confins Desérticos. Seu alvo: Rico Vega, o “Rei do Contrabando de Helio-3”.
A pista o levara até este desfiladeiro esquecido, onde os ventos sussurravam segredos de um planeta moribundo. E lá, aninhada contra um penhasco de arenito, estava a nave de Vega, a *Coração de Ouro*, tão graciosa e impraticável quanto seu dono era famoso por ser.
Logan desembarcou, seu traje ambiental emitindo um sibilo suave. A escotilha da *Coração de Ouro* estava aberta, uma convite ou uma armadilha. Ele entrou, arma em punho.
O interior não era o de um covil de criminoso. Era um santuário. Fragmentos da Terra antiga enfeitavam as paredes: um pedaço de uma partitura, uma foto desbotada de uma floresta, livros físicos, suas páginas amarelas e frágeis. E no centro da sala, de costas para ele, estava Rico Vega.
Ele não estava armado. Vestia um casaco de couro surrado e observava uma projeção holográfica da Via Láctea.
“Logan V,” disse Rico, sem se virar. Sua voz era suave, um contraste gritante com a reputação de charme perigoso que o precedia. “O Fantasma dos Confins. Eu sabia que eles mandariam o melhor.”
“A recompensa pela sua cabeça é generosa, Vega,” Logan respondeu, a mira de sua arma fixa entre as omoplatas do homem. “Você vem quieto ou vamos tornar isso complicado?”
Rico finalmente se virou. Seus olhos eram da cor da terra molhada, cheios de uma tristeza que surpreendeu Logan. Ele não parecia um rei, parecia um poeta exilado.
“Complicado?” Rico deu um sorriso triste. “Tudo é complicado, Logan. Por que você acha que eu roubo o Helio-3? Para vender no mercado negro por créditos?”
Ele fez um gesto para os artefatos ao seu redor. “Eu financia expedições. Buscamos sementes, esporos, qualquer vestígio de vida que possa ser revivida. O Helio-3 é a única moeda que importa para comprar silêncio e passagem pelos territórios corporativos.” Ele olhou diretamente para Logan. “Eu não sou um contrabandista. Sou um jardineiro, tentando replantar um jardim que foi queimado.”
Logan sentiu o dedo tremer no gatilho. A frieza que o definia começou a rachar. Ele se lembrava das histórias de seu avô, das florestas da Terra, um mundo que ele mesmo nunca conheceria.
“Você está mentindo,” disse Logan, mas a convicção havia sumido de sua voz.
“Então atire,” desafiou Rico, abrindo os braços. “Leve minha cabeça e a recompensa. Mas você estará matando a última esperança verdadeira que este planeta de poeira tem de voltar a ser verde.”
Os segundos se arrastaram. O zumbido dos sistemas de suporte de vida das naves era o único som. Logan viajou mentalmente por sua própria vida – uma existência estéril de perseguição, de seguir regras, de viver nas sombras de outros. Rico Vega, o criminoso, estava tentando criar algo. Algo que importava.
A arma de Logan baixou, até tocar o chão com um baque metálico e final.
“Mostre-me,” a voz de Logan era um sussurro áspero.
O sorriso de Rico não foi mais triste, mas uma coisa lenta e real, que chegou até seus olhos. Ele estendeu a mão, não em desafio, mas em oferta.
Logan olhou para a mão estendida, depois para seu coldre vazio. Ele havia vindo para caçar um rei do crime e encontrou um guardião de sonhos. E no silêncio rosa do desfiladeiro marciano, cercado pelos ecos de um mundo perdido, Logan V, o fantasma, decidiu parar de perseguir o passado e ajudar a construir um futuro.
Ele não pegou a mão de Rico imediatamente. Primeiro, ele tirou a placa de identificação de caçador de recompensas de seu peito e a deixou cair no chão, ao lado da arma.
“Logan,” ele disse, apenas isso.
Rico entendeu. “Logan,” repetiu, seu nome soando como uma promessa no ar fino.
E pela primeira vez, Logan sentiu que estava exatamente onde deveria estar.




