Silas Brooks fucks Joey Michaels
O vento sussurrava segredos antigos entre os carvalhos da floresta de Edgewood, e Silas Brook era o único que parecia ouvir. Suas botas, gastas por incontáveis caminhadas, afundavam na terra úmida enquanto ele seguia o som de água corrente – o riacho que, por capricho do destino, carregava seu sobrenome.
Não era um rio imponente, mas uma linha prateada e persistente que teimava em cortar a rocha e musgo. Silas vinha até ele desde criança, primeiro com seu avô, depois sozinho. As águas do *Brook* testemunharam seus sonhos de menino, suas dúvidas de adolescente e, agora, a quietude um pouco cansada de seus trinta anos. Ele era guarda-florestal, e aquela era sua jurisdição de solidão e beleza.
Um dia, enquanto rastreava a nascente que alimentava o riacho, encontrou algo diferente. Presa entre raízes retorcidas na margem, havia uma pequena caixa de metal enferrujada. Com cuidado, Silas a libertou. Dentro, protegida por um plástico bolha desbotado, havia uma fotografia em preto e branco de uma jovem sorridente, uma carta com a caligrafia já desvanecida e um medalhão de prata com a efígie de uma garça.
A carta, datada de 1947, começava: “Para você, que encontra estas palavras, saiba que este lugar escondeu o maior amor da minha vida, Elara, e o maior segredo.” Assinava: “Silas Brook.”
Ele ficou parado, o sangue correndo mais rápido em suas veias. Silas Brook era o nome de seu bisavô, um homem do qual só sabia que desaparecera na floresta anos antes de seu avô nascer, envolto em murmúrios familiares de “coração partido” e “destino trágico”.
Movido por uma conexão que doía no peito, Silas seguiu as pistas vagas da carta. Ela falava de uma clareira onde as garças pousavam ao entardecer, de uma pedra com a forma de um coração perto da “segunda curva acentuada do riacho”. Ele conhecia cada pedra, cada curva. A clareira era real, e a pedra em forma de coração, meio escondida por samambaias, também.
Foi lá que escavou, com as mãos trêmulas. E encontrou. Não um tesouro de ouro, mas um diário de couro, intacto. As páginas contavam a história do primeiro Silas e de Elara, uma artista de passagem pela vila. Seu amor foi intenso e proibido – ela era prometida a outro. Decidiram fugir, mas na véspera da partida, Elara adoeceu gravemente. A família dela a levou para longe, sem deixar rastros. O primeiro Silas, desolado, escondeu suas memórias no único confidente que tinha: o riacho que batizava sua família.
A última anotação dizia: “O brook segue fluindo, carregando minha dor para longe. Espero que um dia, outro Silas Brook encontre estas palavras e saiba que o amor, mesmo perdido, é a única corrente que realmente importa.”
O guarda-florestal sentou-se na margem, o diário no colo. O riacho murmuava à sua frente, o mesmo som que consolara seu bisavô. Pela primeira vez, Silas não se sentiu sozinho naquela vastidão verde. Sentiu o peso e o conforto de uma herança invisível. Ele era parte de uma corrente contínua, um elo entre um passado de amor perdido e um presente de quieta preservação.
Dali em diante, suas caminhadas mudaram. Ele não apenas protegia as árvores e os animais, mas também a memória. Colocou a foto e o medalhão em um local seguro em sua cabana, e o diário teve seu lugar de honra na estante. Às vezes, ao entardecer, ele ia até a pedra em forma de coração e lia trechos em voz alta para o riacho, como se apresentasse formalmente um Silas ao outro.
E o *brook* seguia fluindo, eterno testemunha, agora guardando não apenas um, mas dois Silas em suas águas reflexivas. A história era pequena, íntima, mas para Silas, era um mundo inteiro que havia sido revelado – um mundo onde seu nome não era apenas um som, mas uma história contínua de amor, perda e encontro, escrita no fluxo eterno da água e do tempo.




