SexyStache and Serge Bear fuck
O aplicativo de namoro era um mar de sorrisos genéricos e biografias forçadas. Para “SexyStache”, era uma farsa. Seu perfil, é claro, ostentava um bigode perfeitamente aparado que era, de fato, seu maior orgulho e escudo. Ele caçava conexões rasas, um jogo que dominava com um cinismo elegante. Foi assim que ele deu match com “Serge Bear”.
A foto de Serge não mostrava um torso sarado ou um cenário exótico. Mostrava um homem grande e fofo, com uma barba desalinhada e um suéter tricotado à mão, segurando uma xícara de chá fumegante e dando uma risada que chegava a fazer seus olhos quase desaparecerem. Sua bio dizia: “Especialista em abraços de urso e encontrar formas nas nuvens.”
SexyStache rolou os olhos. “Que coisa mais doce e enjoativa”, pensou, seu dedo pairando sobre o botão “Ignorar”. Mas algo o fez pausar. Havia uma autenticidade naquela foto, uma falta completa de pose. Por pura curiosidade mórbida, ele mandou uma mensagem.
“Serge Bear? Isso é um nome ou uma descrição de serviço?”
A resposta veio em segundos. “É ambos. O abraço é grátis na primeira consulta. O bigode é novo ou já tem histórico próprio?”
Era audacioso. E engraçado. SexyStache, cujo nome real era Arthur, sentiu o canto de sua boca se contrair em um sorriso. As conversas fluíram. Eles não eram nada parecidos. Arthur era metrópole, cocktails caros e ironia afiada. Serge era parques públicos, café caseiro e um otimismo teimoso.
A primeira vez que se encontraram, no café que Serge sugeriu, a fachada de Arthur rachou. Serge era ainda mais acolhedor pessoalmente. Sua risada era contagiosa, e ele não fazia nenhum comentário sobre o famoso bigode, tratando Arthur apenas como… Arthur.
“Você não é nada como eu imaginei”, admitiu Arthur, girando sua xícara de espresso.
Serge inclinou a cabeça, seus olhos gentis estudando o rosto de Arthur. “Você imaginou alguém que conserta máquinas de fliperama e coleciona xícaras de chá excêntricas?”
“Algo assim.”
“E você”, Serge continuou, seu dedo indicando levemente o bigode de Arthur. “Esse bigode… ele é mais para se esconder atrás ou para ser admirado?”
A pergunta foi tão direta e perspicaz que Arthur ficou sem palavras. Era um pouco dos dois.
O amor deles não foi dramático. Foi uma rendição lenta e constante. Arthur descobriu o conforto de descansar a cabeça no peito macio de Serge após um dia longo e estressante, ouvindo o coração constante batendo sob o suéter. Serge, por sua vez, foi apresentado a um mundo de bistrôs escondidos e filmes antigos, e descobriu a beleza quieta por trás do cinismo de Arthur.
Uma noite, enrolados no sofá de Serge, Arthur olhou para o ursinho de pelúcia ridículo que decorava a estante – uma peça central da “estética Serge Bear”. Ele então olhou para o homem ao seu lado, que roncava suavemente.
“Serge”, sussurrou Arthur.
Serge abriu um olho. “Hmm?”
“Seu abraço de urso… é melhor do que a propaganda diz.”
Serge sorriu, sonolento, e puxou Arthur para mais perto. “Eu sei”, ele resmungou, enterrando o rosto no cabelo de Arthur. “E seu bigode está me fazendo cócegas. Mas pode ficar.”
Naquele abraço, Arthur finalmente entendeu. Ele não precisava mais ser “SexyStache”, uma persona perfeita e distante. Podia ser apenas ele, aceito e amado por um urso gentil que vira direto para seu coração, sem nenhum jogo.




