Serge Shepard, Magnus Loki and Justin Jett have a threesome – Hard Working Tools- Part 3

O vento soprava frio nas ruas de São Petersburgo, mas Serge Shepard não sentia. Dentro de seu peito, um calor teimoso persistia, alimentado pela memória de um sorriso e pelo eco de uma voz rouca que pronunciava seu nome como se fosse uma prece russa.
Tudo começou em uma dessas galerias de arte modernas que Serge frequentava por obrigação profissional, mas desprezava por inclinação pessoal. Foi quando seus olhos se cruzaram com os de Magnus Loki. Magnus não era bonito no sentido convencional; era uma tempestade presa em um corpo alto e esguio. Seus cabelos escuros caíam sobre olhos verdes que desafiavam qualquer lógica, cheios de um mistério que Serge, um arquiteto amante da ordem e da simetria, sentiu-se compelido a decifrar.
Magnus era um artista, um furacão de emoções e ideias. Suas pinturas eram caóticas, intensas, e Serge viajava por elas como se explorasse os recônditos mais selvagens da alma daquele homem. O amor entre eles não foi um encontro de almas gêmeas, mas uma colisão de planetas. Serge, o pragmático, encontrou em Magnus o caos que nem sabia que faltava em sua vida bem desenhada. E Magnus, o turbulento, encontrou em Serge o porto seguro onde sua tempestade interior podia rugir sem se destruir.
Mas todo porto tem seus pilares. E o deles se chamava Justin Jett.
Justin era o melhor amigo de Magnus, um fotógrafo que capturava o mundo em preto e branco, mas que era todo feito de tons de cinza. Era a pessoa mais sólida que Serge já conhecera – quieto, observador, com uma força silenciosa que agia como um contraponto perfeito à exuberância de Magnus. Enquanto Magnus pintava a paixão, Justin fotografava a verdade. E, aos poucos, sem que nenhum dos três percebesse, uma verdade nova e delicada começou a se formar.
Serge notou primeiro. Percebeu que a calma que sentia ao lado de Justin era diferente da paz que Magnus lhe dava. Era uma sensação de estar enraizado, de pertencimento absoluto. Percebeu que ansiava não apenas pela chegada tumultuada de Magnus, mas também pelo café silencioso que tomava com Justin enquanto esperava.
A descoberta veio em uma noite chuvosa. Magnus, eufórico com a finalização de uma nova série, abraçou os dois, seu rosto alternando entre o olhar ardente para Serge e um brilho de afeição profunda para Justin. E Serge entendeu. O que ele sentia por Justin não era uma traição ao amor por Magnus. Era uma extensão dele. Era o mesmo sentimento encontrando um novo recipiente, igualmente valioso.
Falar foi a parte mais difícil. Serge, com seu vocabulário preciso, tropeçou nas palavras. Magnus, cuja vida era uma paleta de emoções puras, ficou em silêncio, seus olhos verdes percorrendo o rosto assustado de Serge e depois se fixando em Justin, que observava a cena com sua serenidade habitual.
Foi Justin quem quebrou o silêncio. “Eu também”, disse simplesmente, sua voz um sussurro firme que cortou a tensão como uma faca. “Amo os dois. De maneiras diferentes. Mas amo.”
A confissão pairou no ar. Magnus olhou para um, depois para o outro, e então algo incrível aconteceu: ele riu. Uma risada de alívio e pura alegria. “É claro que amamos”, ele disse, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. “Como poderíamos não amar? Serge é a estrutura que nos mantém de pé. Justin é a fundação que nos impede de cair. E eu… eu sou a cor que torna tudo isso vivo.”
Não foi fácil. O mundo não estava preparado para um amor com três pilares. Havia explicações difíceis, olhares de estranhos e a complexidade monumental de equilibrar três corações em um único ritmo. Mas eles aprenderam.
Serge, o arquiteto, desenhou um novo lar, com espaço para três vidas entrelaçadas. Magnus, o artista, pintou as paredes com cores que contavam a história deles. E Justin, o fotógrafo, capturou os momentos – o toque da mão de Serge no rosto de Magnus, o sorriso tranquilo de Justin repousando sobre Serge, os três entrelaçados no sofá, um emaranhado de pernas e braços e afeto puro.
Eles não eram um casal. Eram um triângulo. Uma figura estável, forte, onde cada lado sustentava os outros. Serge Shepard, Magnus Loki e Justin Jett. O porto, a tempestade e a rocha. E no espaço entre eles, havia um amor que não se dividia, mas se multiplicava, provando que o coração, em sua arquitetura mais sublime, pode ter mais de uma câmara para guardar um tesouro tão raro.