Sam Holister (Aussiesam) and Jake Preston flip fuck
Era uma história escrita nas estrelas — literalmente. **Sam Holister**, conhecido online como “AussieSam”, era um astrônomo amador que vivia nos arredores poeirentos de Broken Hill, na Austrália. Sua vida era o céu noturno, um manto infinito de diamantes sobre o deserto. Sua única companhia era seu telescópio e uma tela, onde transmitia as maravilhas do cosmos para um punhado de inscritos.
Do outro lado do mundo, em uma Londres cinzenta e chuvosa, estava **Jake Preston**. Jake era um arquiteto, preso em um cubículo de vidro, desenhando linhas retas para um mundo cheio de ângulos. Sua fuga era a página de AussieSam. Era seu ritual: depois de um dia estafante, ele colocava o stream, vendo as imagens granuladas do Cruzeiro do Sul, da Nebulosa de Carina, enquanto uma voz calma, com um sotaque australiano encorpado, explicava os segredos do universo.
Uma noite, durante uma transmissão ao vivo, Sam apontou seu telescópio para um canto esquecido do céu.
— Olhem só isso, pessoal — disse ele, sua voz suave ecoando no quarto escuro de Jake. — Um par de estrelas binárias. Dançando uma ao redor da outra por milhões de anos. Sozinhas no vazio, mas juntas.
Jake, impulsivamente, digitou no chat:
**LondonJake:** É meio triste, não? Eternamente presas uma à outra.
Sam leu o comentário em voz alta e fez uma pausa, algo incomum para ele.
— Triste? — ele ponderou, o som dos grilos ao fundo preenchendo o silêncio. — Eu acho é a coisa mais bonita do cosmos. Não é uma prisão. É uma escolha. Elas se mantêm unidas pela própria gravidade que criam.
A resposta ecoou na mente de Jake por dias. Ele começou a comentar mais, e Sam começou a responder diretamente. As conversas no chat público viraram mensagens privadas. E-mails sobre estrelas e constelações se transformaram em confidências sobre sonhos e solidão. Sam falava da imensidão opressora do deserto; Jake, da claustrofobia da cidade.
A atração era uma gravidade suave e inevitável, puxando um em direção ao outro através do espaço e do tempo.
Até que Jake enviou a pergunta mais assustadora e óbvia:
*”E se a nossa órbita parasse de ser virtual?”*
Duas semanas depois, Jake Preston estava no meio do nada, Austrália, com uma mala cheia de roupas inadequadas para o calor. Quando o jipe de Sam parou levantando uma nuvem de poeira vermelha, o mundo de Jake parou.
Sam era mais alto do que parecia na câmera, com o rosto queimado pelo sol e um sorriso tímido. Jake era mais real, mais sólido do que qualquer mensagem poderia transmitir.
A primeira noite foi passada em silêncio, não por constrangimento, mas por admiração. Sentados em cadeiras de campanha sob um céu que Jake só tinha visto através de uma tela, Sam apontou para cima.
— Aqui — ele disse, sua voz um sussurro no escuro. — Aquela é a nossa estrela binária. Eu a chamei de ‘Jake e Sam’.
Jake riu, um som leve que se perdeu na vastidão do deserto.
— Você não pode nomear estrelas, Sam.
— Eu posso — Sam respondeu, sua mão encontrando a de Jake no escuro. — Eu acabei de fazer isso. Elas podem não ter o nome oficialmente, mas sempre que eu olhar para lá, é isso que vou ver. Nosso próprio pequeno sistema. Criando a nossa própria gravidade.




