Ryan Silveira barebacks Vince Torres
O ar na garagem da Ryan Silveira Customs cheirava a gasolina fresca, óleo de motor e café forte. Luzes de LED penduradas iluminavam a obra-prima em andamento: uma Harley-Davidson Softail 1978, despojada até o esqueleto, agora com um tanque cromado reluzente e uma pintura cereja profunda que parecia sugar a luz. Ryan, de macacão manchado de graxa e um rabo de cavalo desleixado saindo sob o boné, ajustava o carburador com a paciência de um relojoeiro.
O silêncio foi quebrado pelo ronco rouco de outra moto se aproximando. Não era o ronco ajustado de uma máquina customizada, mas o rugido abafado e irritado de algo que claramente precisava de atenção. A moto parou do lado de fora, e o homem que desceu parecia ter saído da mesma fornalha que ela.
Vince Torres era mais largo que alto, com braços tatuados que contavam histórias incompletas de marinhas e portos distantes. Seu colete de couro estava desgastado nas bordas, e seu rosto, marcado pelo sol e por antigas brigas, estava sério. Ele empurrou os óculos escuros para a testa, revelando olhos que avaliavam a oficina com a cautela de um animal acuado.
“Ryan?” sua voz era áspera, como brita sob os pneus.
“É ela mesma,” Ryan respondeu, sem levantar os olhos da Harley. “Se você está trazendo a ‘Fera’ aí de fora para um check-up, acertou em cheio no diagnóstico: ela sofre de abandono crônico.”
Vince deu uma palmada no tanque de sua Indian Scout antiga e maltratada. “Ela me trouxe até aqui, não foi? Precisa de um ajuste. Só isso.”




