RomeoGotDick fucks Jesus Really (Papi Suave)

O ar na boate “Purgatório” estava denso, cheio de suor, perfume barato e o baixo incessante que fazia o chão tremer. RomeoGotDick estava em seu elemento. Com seu boné virado para trás e um sorriso que prometia confusão e diversão, ele comandava a pista de dança, seus movimentos eram uma mistura de arrogância e graça questionável. Ele era o rei da noite, o mestre dos flertes vazios e dos rolos de uma noite só.
Foi então que seu olhar, treinado para encontrar beleza em qualquer forma, cruzou com algo — ou alguém — diferente. Encostado na balcada, segurando uma taça de água com gás como se fosse um cálice, estava um homem que parecia ter saído de um sonho renascentista. Cabelos castanhos ondulados que caíam suavemente sobre seus ombros, uma barba aparada com perfeição e olhos tão calmos e sábios que pareciam conhecer os segredos do universo. Na tela do celular, seu nome no app de encontros brilhava como uma declaração divina: **Jesus Really (Papi Suave)**.
Romeo, sempre confiante, se aproximou. “Jesus Cristo, homem. Literalmente. Você veio aqui para salvar almas ou para dançar?”
Jesus Really virou-se, e um sorriso suave e infinitamente paciente iluminou seu rosto. “Depende. Alguma alma aqui precisa ser salva?” Sua voz era um sedativo, um contraste direto com o caos ao redor.
A investida padrão de RomeoGotDick — cheia de gírias e insinuações — simplesmente morreu em sua garganta. Pela primeira vez em anos, ele ficou sem palavras. Jesus Really, ou “Jesse” como preferia ser chamado longe dos apps, não era apenas bonito; ele era *centrado*. Era um arquiteto que gostava de fazer pão caseiro aos domingos e que citava poetas latino-americanos sem parecer pretensioso.
Os encontros subsequentes foram uma lição em contrastes. Romeo levou Jesse para um rave em um galpão abandonado; Jesse levou Romeo para uma exposição de arte tátil onde se tocavam as esculturas. Romeo vivia para a adrenalina do momento; Jesse apreciava a beleza da quietude.
A verdadeira mudança aconteceu em uma noite chuvosa. Romeo, acostumado a lidar com sentimentos como se fossem commodities descartáveis, sentiu um nó de ansiedade no peito. Ele estava se apaixonando. E isso era assustador.
“Eu não sou o cara que você merece, Jesse,” ele confessou, olhando pela janela do apartamento aconchegante de Jesse, enquanto a chuva batia nos vidros. “Eu sou o RomeoGotDick. Eu sou o caos. Você é… você é a calma. É o Jesus Really, o ‘Papi Suave’.”
Jesse se aproximou, tirando suavemente o boné de Romeo e colocando-o de lado. “Romeo,” ele disse, seu dedo sob o queixo de Romeo, obrigando-o a olhar em seus olhos. “Você passa a vida todo interpretando um personagem, o garoto durão que não precisa de ninguém. Mas eu vejo você. Vejo o cara que ajuda a velha do andar de baixo com as compras sem contar para ninguém. Vejo o artista que rabisca desenhos incríveis nas bordas dos seus blocos de notas.”
Romeo sentiu um calafrio. Ninguém nunca tinha visto essas coisas.
“Você não precisa ser salvo de si mesmo, Romeo,” Jesse continuou, sua voz um sussurro reconfortante. “Só precisa de alguém que te lembre de quem você realmente é, quando você mesmo se esquece. E eu, com toda a minha paciência suave, posso ser muito teimoso.”