Romeo and Riley (unmaskedtwinks) fuck on the deck

O vento do outono dançava pelas ruas de Verona, fazendo as folhas secas sussurrarem segredos contra o paralelepípedo. Riley estava encostado na vitrine da livraria da família, nariz enfiado em um volume de poesias de Emily Dickinson, tentando ignorar o peso do mundo nos seus ombros. O mundo, no caso, era a expectativa de seu pai, que sonhava vê-lo gerindo o império de livros, quando tudo o que Riley queria era pintar o caos e a beleza que via nas nuvens.
Foi então que um riso, claro e despreocupado como o tilintar de um sino, cortou o ar. Riley ergueu os olhos.
No café da esquina, sentado sob uma sombrinha vermelha, estava Romeo. Ele não era de Verona; era um artista de passagem, cujas mãos manchadas de tinta pareciam conhecer a linguagem secreta das cores. Ele estava esboçando a fachada gótica da igreja, mas seus olhos, de um verde-floresta, haviam se desviado para o jovem na livraria.
Seus olhares se encontraram através da vidraça. Não foi um acidente; foi uma colisão suave, um reconhecimento. Riley sentiu um calor subir por seu pescoço. Romeo sorriu, um sorriso tímido que fez com que o coração de Riley acelerasse de um modo que nenhum soneto havia conseguido.
No dia seguinte, Romeo entrou na livraria. O sino acima da porta anunciou sua chegada como um prelúdio.
“Estou procurando por algo sobre a luz do outono”, disse Romeo, seus olhos fixos em Riley, não nas estantes.
“A luz do outono não se encontra em livros”, Riley respondeu, ousando sustentar aquele olhar. “Ela se captura. Com as mãos.”
A partir daquele momento, Verona tornou-se seu palco particular. Encontraram-se em parques, onde Romeo ensinava Riley a ver as nuances do azul no céu crepuscular. Riley, por sua vez, apresentava a Romeo o ritmo escondido nas palavras, recitando versos que ecoavam o que ambos sentiam, mas ainda não ousavam nomear. Eles eram um paradoxo: Romeo, o artista, que ensinava Riley a ver; e Riley, o poeta, que ensinava Romeo a sentir.
Seus esconderijos eram o mundo – o velho galpão abandonado às margens do rio, que Romeo transformou em um santuário de telas e tintas, e o telhado plano da livraria, de onde viam a cidade se adormecer sob um manto de estrelas. Foi lá, sob um céu salpicado de diamantes, que Romeo pegou a mão de Riley e disse, com uma voz carregada de toda a cor que possuía:
“Minha tinta sempre procurou por uma cor que faltava. Agora eu sei que era o tom exato do teu sorriso.”
E Riley, cujas palavras sempre fluíam com facilidade, encontrou apenas uma: “Romeo.”
Era tudo o que precisava ser dito.
Mas todo amor, especialmente um nascido contra as probabilidades, atrai a tempestade. O pai de Riley descobriu os esboços que Romeo fizera de seu filho – desenhos cheios de uma verdade e uma ternura que eram impossíveis de negar. A fúria foi um vendaval. “Isso não é o que é esperado de você”, ele gritou, rasgando uma das telas onde Riley sorria, livre. “Esse… artista não é bem-vindo.”
O mundo de Riley desabou. A pressão foi tão grande que ele cedeu, aceitando um emprego distante, uma fuga. Quando contou a Romeo, a dor no olhar do artista foi mais cortante do que qualquer palavra de reprovação.
“E então é assim que termina a nossa história?” Romeo perguntou, a chuva começando a cair, misturando-se às lágrimas silenciosas em seu rosto.