Rico Marlon fucks The LV
Rico Marlon não era rico. O “Rico” vinha de uma piada antiga, da época em que tudo o que ele tinha era um violão com a corda mi enferrujada e um sonho. The LV, por outro lado, era a dona do café mais charmoso da cidade, “The LV’s Brew”. Letícia Vidal, um nome forte para uma mulher que construiu tudo sozinha.
Todas as tardes, Rico chegava, pedia um café preto e ocupava a mesa do canto, perto da tomada. Ele não vinha pelo café, e sim pelo silêncio consentido que The LV lhe oferecia com um aceno de cabeça. Enquanto ele compunha versos em um caderno surrado, ela observava o mundo pela janela, fingindo não observar ele.
O amor deles não era de declarações grandiosas, mas de pequenas entregas. Era o copo de água que ela deixava ao lado do café, sem que ele pedisse. Era a melodia nova que ele tocava baixinho, antes de qualquer outro ouvir, só para ver se ela sorria ao arrumar as xícaras.
Um dia, a chuva caiu torrencial, e Rico, sem guarda-chuva, se preparou para a enxurrada. The LV, com um suspiro que tentava ser de exasperação, mas que soava a cuidado, disse:
“Fica. A loja está vazia. Pode tocar alguma coisa. Aborrece os clientes fantasmas.”
Ele ficou. E tocou. Não uma música qualquer, mas uma que ele havia escrito naquela mesma mesa, com o cheiro do café dela como inspiração. A letra falava de uma mulher forte como o espresso e doce como o schiuma de um capuccino.
The LV não chorou. Ela apenas secou o mesmo balcão, já limpo, por um longo minuto. Quando ele terminou, o silêncio na cafeteria era quente e denso como um abraço.
“O nome é péssimo,” ela disse, a voz um pouco rouca. “The LV’s Brew. Parece coisa de grife francesa.”
Rico sorriu, fechando a tampa do violão. “Eu gosto. Soa como casa.”
E naquele instante, sob a luz amarela do café vazio e o som da chuva no toldo, Rico Marlon, sem um tostão no bolso, sentiu-se o homem mais rico do mundo. E The LV, que tinha um império de grãos e xícaras, entendeu que talvez sua maior conquista não fosse o negócio, mas o compositor de canções suaves que agora a olhava como se ela fosse o verso final de sua melhor música.
