Rick Verissimo, Master Ikarus – Black Brazilian Dude Fucking A Tattooed Bottom’s Ass

O vento soprava frio nas ruas de paralelepípedos de Montemor, uma vila encravada no alto de uma serra onde o tempo parecia ter parado. Rick Verissimo achava aquele silêncio ensurdecedor. Acostumado ao burburinho das salas de redação e ao ritmo frenético da cidade, estava ali por uma matéria sobre aldeias abandonadas, mas sentia que era ele quem estava desconectado do mundo.
Foi numa livraria minúscula e poeirenta, “O Alfarrábio”, que ele a viu pela primeira vez. Não era ela, propriamente dita, mas seu nome, caligrafado com tinta nanquim em uma pequena placa de latão na porta: *Master Ikarus*. Rick franziu a testa. Um nome peculiar para uma livraria num lugar tão esquecido.
A campainha tilintou fracamente quando ele entrou. O interior cheirava a papel envelhecido, madeira antiga e uma pitada de lavanda. E então, ele a viu. De pé no topo de uma escada de biblioteca, com um vestido cor de vinho que parecia desafiar a penumbra do lugar, ela arrumava livros em uma prateleira alta. Cabelos castanhos presos num coque desleixado, alguns fios soltos a emoldurar um rosto sereno e inteligente.
— Preciso de ajuda — disse Rick, sua voz soando áspera naquele ambiente tranquilo.
Ela desceu da escada com uma graça que parecia fora de época. Seus olhos, de um cinza profundo como o céu antes da tempestade, o avaliaram calmamente.
— Todos precisamos, de uma forma ou de outra — respondeu, com uma voz suave como o virar de uma página de pergaminho. — Eu sou Ikarus.
— Rick Verissimo. E ‘Master’ Ikarus? — ele indagou, um sorriso torto nos lábios.
— Herdei a livraria do meu avô. Ele achava que soava mais imponente. Eu simplesmente gosto dos livros.
Rick explicou o motivo de sua estadia. Ikarus ouviu, sem interromper, e depois simplesmente assentiu.
— Você está procurando nos lugares errados. As histórias não estão nas paredes vazias das casas, mas nas que ainda estão cheias. Venha.
Naquela semana, Ikarus tornou-se sua guia. Ela o levou a senhoras de idade que contavam histórias de amores perdidos na guerra, a velhos que lembravam das festas na praça principal. Rick anotava tudo, mas sua atenção estava dividida. Ele observava Ikarus, a maneira como suas mãos acariciavam as lombadas dos livros, como ela falava com cada morador como se fossem volumes raros de uma coleção preciosa.