Rhyheim Shabazz and Gustavo Cuen (guzdoes) fuck Sam Ledger
A cidade era um organismo de concreto e luzes neon, e Rhyheim Shabazz era seu cardiologista não convencional. Ele não mexia com corações de carne, mas com a energia que os fazia bater. Suas “Cirurgias”, como chamava, eram pinturas de rua vastas e hipnóticas que pulsam com cores fluorescentes, sempre assinadas com seu tag icônico: um coração estilizado atravessado por um raio. Rhyheim acreditava que a arte deveria ser um choque, uma ressuscitação para uma cidade adormecida.
Do outro lado da metrópole, em um estúdio imaculado que cheirava a tinta a óleo e verniz, Gustavo Cuen – “Guzdoes” para o mundo da arte de galeria – dava os últimos retoques em uma tela. Sua fama era por um hiperrealismo meticuloso, pinturas que eram espelhos da realidade, tão perfeitas que doíam. Críticos o amavam, colecionadores brigavam por suas obras, mas Gustavo sentia uma inquietação. Sua arte congelava o mundo; ela não o fazia sentir.
Sam Ledger era o ponto de conexão. Um documentarista obstinado com olhos que viam histórias onde outros viam apenas pessoas. Seu projeto atual era um filme sobre a dicotomia da arte moderna: o selvagem versus o refinado. Rhyheim e Gustavo eram seus sujeitos perfeitos.




