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Quin Quire and Trevor Brooks fuck

O bar *Falsa Nota* não era um lugar para músicos de verdade, e Trevor Brooks sabia disso. O ar cheirava a cerveja derramada, poeira antiga e desilusão. No canto, uma mulher cansação tentava acertar os acordes de “Fly Me to the Moon” em um piano desafinado. Trevor deslizou para um banco vazio no fundo, tirando um pequeno caderno de capa preta do bolso do sobretudo. Ele era um *ouvinte*, um caçador de histórias alheias, e aquele era seu território de caça.

Foi então que o silêncio, quebrado apenas pelo piano ruim, foi rasgado por um som inesperado. Alguém subiu ao palco vazio e pegou o violão que ficava encostado no amplificador. O homem era magro, vestia uma jaqueta de couro puída e tinha olhos que pareciam ter visto cidades demais. Não pediu licença, não fez anúncio. Simplesmente começou a tocar.

Era uma melodia que Trevor nunca tinha ouvido. Começava com um *riff* baixo e introspectivo, como passos cautelosos na chuva, e então explodia em um refrão de cordas beliscadas com uma fúria contida, antes de recuar novamente para um lamento. Não havia letra. A música *era* a história. Trevor sentou-se ereto, o caderno esquecido sobre a mesa. Aquilo não era entretenimento de bar; era uma confissão em forma de onda sonora.

O estranho tocou por talvez sete minutos. Quando a última nota morreu, ecoando no silêncio atônito do bar, ele apenas assentiu para si mesmo, colocou o violão de volta no lugar e se dirigiu ao balcão. O barman, com um respeito incomum, despejou dois dedos de uísque barato em um copo limpo, sem pedir.

Trevor não conseguiu se conter. Pegou seu caderno e foi até o balcão, sentando-se ao lado do homem.

“Desculpe a intrusão,” começou Trevor, sua voz soando áspera contra a suavidade fantasmagórica da música. “Mas isso… isso foi extraordinário. Você compôs?”

O estranho virou o rosto. Seus olhos eram cinza, como a névoa da manhã sobre o rio que cortava a cidade. “Tudo que toco é uma composição. Tudo que compõe é um roubo de alguma coisa. De um suspiro, de um desastre, de um rosto na multidão.” Ele bebeu um gole. “O nome é Quin. Quin Quire.”

“Trevor Brooks. Eu… coleciono histórias.” Trevor indicou o caderno. “A sua música contou uma. Uma de perda. E de uma raiva que não encontra saída.”

Quin olhou para ele, avaliando. Não era o olhar de quem se sente lisonjeado, mas de quem é finalmente *identificado*. Um leve espasmo percorreu sua mandíbula.

“Perda é um nome bonito para um vazio,” disse Quin, sua voz agora um sussurro áspero. “O nome dela era Elara. Tinha uma risada que fazia o barulho do mundo sumir.” Ele tocou as cordas imaginárias do balcão. “Partiu em um trem de noite. Disse que precisava de ar, de espaço. O espaço era outro homem, em outra cidade. A raiva, Sr. Brooks, você acertou nisso. Era um fogo que não conseguia queimar nada, só me consumia por dentro. Até que um dia, em vez de quebrar algo, peguei o violão. E a raiva saiu como essa música. Saiu torta, feia, e bela de alguma forma. É a única coisa que sobrou dela que não dói ao tocar.”

Trevor não escreveu nada. Fechou o caderno. Algumas histórias eram para serem ouvidas, não anotadas. “Você toca isso todas as noites?”

“Toco em lugares como este,” Quin respondeu, olhando ao redor do bar vazio. “Onde ninguém está realmente ouvindo. É como gritar em um deserto. O eco é só seu, mas pelo menos não fica preso dentro de você.” Ele terminou o uísque. “Funciona, por um tempo. Até a próxima onda.”

“E se alguém estivesse ouvindo?” Trevor perguntou, genuinamente curioso. “De verdade?”

Quin soltou uma risada curta e sem humor. “Aí seria perigoso. Porque a música não é sobre cura, Brooks. É sobre a faca ainda cravada na carne. Quem ouvisse de verdade… sentiria a lâmina. E ninguém quer isso.”

Ele se levantou, pagou a bebida com algumas moedas e pegou seu violão em um estojo gasto.

“Espere,” disse Trevor, uma ideia se formando em sua mente de colecionador. “E se essa história, a da Elara e da sua raiva transformada em música, pudesse ajudar alguém? Alguém que também tem uma faca cravada e não sabe como tirá-la?”

Quin parou na porta, a silhueta cortada pela luz suja da rua. “Música não é remédio, é sintoma. E eu não sou curandeiro, sou apenas o paciente zero.” Ele hesitou por um segundo. “Mas… o bar *Falsa Nota* às quintas. O piano é horrível, mas o acústico é honesto.”

Na quinta-feira seguinte, Trevor Brooks estava lá. Não sozinho. Ao seu lado, uma jovem sentada muito ereta, com as mãos firmemente entrelaçadas no colo, os olhos vermelhos de choro recente. Ela não disse o nome, e Trevor não perguntou. Apenas disse que precisava ouvir algo *real*.

Quin Quire subiu ao palco. Viu Trevor. Viu a mulher. Seus olhos cinza pareceram entender. Desta vez, ele não começou com a música da perda. Tocou algo áspero, caótico, uma tempestade de notas discordantes que fazia os poucos clientes franzirem a testa. A jovem encolheu-se.

Então, lentamente, do caos, emergiu o tema familiar. Os passos na chuva, o lamento, a fúria contida. Desta vez, porém, havia uma nova camada. Uma corda mais aguda, persistente, uma linha melódica tênue que teimava em aparecer entre a raiva, como um broto verde em terra queimada. Não era esperança. Era persistência. A simples, crua, vontade de continuar.

A música terminou. O silêncio que se seguiu era diferente. Não era vazio. Era carregado.

A jovem levantou-se, suas mãos agora relaxadas. Não disse uma palavra a Quin. Apenas assentiu para Trevor, com os olhos agora limpos, ainda tristes, mas sem o desespero de antes, e saiu.

Quin desceu do palco, suando, as mãos tremendo levemente. Foi direto para o balcão.

“Você viu?” Trevor perguntou, em voz baixa. “Ela sentiu. E não fugiu.”

Quin pegou o copo de uísque que o barman já tinha preparado. Olhou para as próprias mãos, as mesmas que haviam segurado Elara e agora seguravam apenas o instrumento que a ecoava.

“Eu não toquei para ela,” disse Quin, sua voz rouca. “Toquei para a faca. E pela primeira vez… acho que a lâmina moveu. Só um milímetro.” Ele olhou para Trevor. “Isso é perigoso, Brooks. Agora eu sei que funciona. E não sei se quero esse poder.”

Trevor abriu seu caderno, mas não para escrever. Mostrou uma página em branco para Quin.

“Todo poder é perigoso. Mas silenciar uma história como a sua é um desperdício maior. Talvez você não seja o curandeiro, Quin. Talvez seja apenas o mapa, mostrando que outros já estiveram perdidos no mesmo deserto.”

Quin Quire olhou para a página em branco, depois para seu violão no estojo. Bebeu o uísque de um só gole. O eco no deserto, ele percebeu, não estava mais só. Alguém, em algum lugar, tinha ouvido. E o grito, por mais doloroso que fosse, tinha finalmente encontrado seu propósito.

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