AmadorBarebackVídeos Gays

Power Paris – Pablo Bravo and Mehdi Medzedine fuck

O ar no distrito de La Macarena, em Sevilha, estava quente e pesado, carregado com o cheiro de laranjas e o som distante de uma guitarra. Pablo Bravo era a força bruta do flamenco. Seus pés batiam no tablado do pequeno tablao como trovões, seus braços cortavam o ar com uma paixão feroz. Ele não dançava; ele combatia. Cada zapateado era um grito, cada movimento, uma história de dor e fúria. Ele era pura emoção crua, um vulcão de duende que arrancava gritos de “olé!” da plateia.

Na primeira fila, sentado sozinho a uma mesinha, Mehdi Medzedine observava, imóvel. Enquanto Pablo era fogo, Mehdi era água profunda. Nascido em Marraquexe e criado em Paris, ele era um violoncelista de formação clássica, cujas mãos extraíam notas profundas e melancólicas que falavam de um silêncio ancestral. Ele estava em Sevilha por acaso, perdendo-se de propósito após uma turnê exaustiva.

A princípio, a dança de Pablo o assustou. Era muito intensa, muito barulhenta, muito suja para seu mundo de partituras e dinâmicas controladas. Mas então, ele começou a ouvir. Não apenas os pés, mas o silêncio entre as batidas. Não apenas os gritos, mas a respiração ofegante. Ele ouviu a melodia na percussão, a tristeza na fúria.

Pablo, no palco, sentiu aquele olhar diferente. Não era de excitação turística, era de compreensão. Era um olhar que não o devorava, mas o absorvia. Isso quebrou seu ritmo por uma fração de segundo. Ele travou. O compás se perdeu. Um silêncio constrangedor caiu sobre o tablao.

Mehdi, sem pensar, fechou os olhos e começou a cantarolar uma nota baixa e constante, uma base harmônica simples, mas profundamente sólida, como um tronco para uma videira se apoiar.

Pablo ouviu. Era um som que ele nunca tinha ouvido no flamenco, mas que se encaixou perfeitamente no vazio que sua falha criou. Inspirado, ele começou a bater o pé, devagar, seguindo a pulsação daquele zumbido. E então, ele se reencontrou, sua dança renascendo, mais contida, mais intencional, mas infinitamente mais poderosa.

Ao final da performance, a plateia explodiu em aplausos, mas Pablo só tinha olhos para o homem de olhos fechados na primeira fila.

Ele saltou do palco, suando, e se aproximou de Mehdi.

— O que foi aquilo? — perguntou Pablo, ofegante.

— Era o que faltava — Mehdi respondeu, calmamente, abrindo os olhos. — A pausa. A respiração. A base.

Pablo olhou para aquelas mãos de músico, imaginando-as no braço de um violoncelo.

— Você… você ouviu tudo, não foi?

— Eu ouvi você — Mehdi corrigiu. — Por trás do barulho.

Na noite seguinte, Mehdi voltou ao tablao, mas não como espectador. Trouxe seu violoncelo. Sem combinarem nada, sem um ensaio, ele se sentou num canto escuro. Quando Pablo começou a dançar, Mehdi começou a tocar.

Não era flamenco tradicional. Era algo novo. O cello fornecia uma base profunda e melancólica sobre a qual os pés de Pablo podiam explodir. As notas longas e fluidas de Mehdi envolviam a percussão agressiva de Pablo, suavizando-a e, paradoxalmente, intensificando-a. Era fogo e água se encontrando para criar vapor.

A plateia ficou em silêncio, hipnotizada.

Depois, nos bastidores, entre os instrumentos e as roupas suadas de ensaio, Pablo olhou para Mehdi.

— Ninguém nunca fez isso por mim — ele admitiu, sua voz rouca, sem a defensividade de sempre. — Ninguém nunca me segurou assim.

Mehdi colocou a mão no rosto suado de Pablo, um toque tão suave quanto suas notas eram profundas.

— Talvez — sussurrou, — ninguém soubesse que você precisava ser segurado. Só precisava ser ouvido de verdade.

Pablo inclinou a testa contra a de Mehdi, fechando os olhos. O dançarino de fogo e o músico de águas profundas. Naquele silêncio compartilhado, eles descobriram uma nova música. Uma que não era só sobre dor ou paixão, mas sobre equilíbrio. Sobre como a força mais brutal precisa de uma base tranquila para não se consumir, e como a água mais profunda precisa de um pouco de fogo para ferver.

Vídeos relecionados

Botão Voltar ao topo

VÍDEOS DOS PUTOS   BRASILEIROS 

X