Pietro Mansur fucks Rico Marlon

O mundo de Rico Marlon era uma sinfonia de caos. Suas telas, espalhadas pelo pequeno apartamento, gritavam cores fortes—vermelhos paixão, azuis elétricos, amarelos que desafiavam o sol. Atrás das tintas, Rico dançava ao som de música alta, um furacão de energia e gestos largos.
Pietro Mansur era o contrário do silêncio. Um joalheiro ourives, suas mãos trabalhavam com uma precisão milimétrica, entalhando filigranas em ouro e prata. Seu mundo era o do microscópio, do sopro suave sobre o metal e do tilintar quase inaudível de ferramentas minúsculas. Ele se mudara para o apartamento ao lado, buscando paz.
O primeiro encontro foi uma invasão. A batida constante da música de Rico atravessou a parede e perturbou a mão de Pietro, fazendo com que ele quase estragasse uma pedra opala. Determinado, ele bateu à porta do vizinho.
A porta se abriu para revelar um homem com manchas de tinta verde no rosto e um sorriso que era quase um desafio. “Problema?”
“A música,” disse Pietro, secamente.
Rico olhou para ele, depois para as próprias mãos calejadas de Pietro. “E daí? O que você faz que precisa de tanto silêncio?”
“Joalheria. Trabalho com coisas pequenas.”
“Eu trabalho com coisas grandes,” Rico riu, abrindo os braços. “Emoções.”
Pietro ia responder com fúria, mas sua vista captou uma tela atrás de Rico. Era um caos, sim, mas um caos com um coração. Havia uma tristeza profunda por trás daqueles amarelos vibrantes. Ele ficou em silêncio.
“Pode desligar a música,” disse Pietro, por fim. “Mas só se você me disser o que aquele azul no canto significa.”
Rico ficou surpreso. Ninguém nunca lhe perguntara o que as cores *significavam*. Ele olhou para trás, para a tela. “Solidão,” ele respondeu, a voz um pouco mais baixa.
Daquele estranho começo, nasceu uma curiosa troca. Pietro começou a deixar sua porta entreaberta. Às vezes, ele via Rico parado na soleira, observando em silêncio suas mãos criarem beleza a partir da ordem. Em troca, Rico começou a pintar com música baixa. Ele até tentou capturar as mãos de Pietro em uma tela—não com realismo, mas com traços de prata e sombras de concentração.
O amor não chegou com declarações, mas com uma oferta. Um dia, Pietro apareceu na porta de Rico com uma pequena caixa de ébano. Dentro, repousava um pincel de ouro. O cabo era entalhado com uma videira, tão detalhada que parecia viva, e no metal, as iniciais R e M se entrelaçavam.
“Para suas mãos que seguram coisas grandes,” disse Pietro, simplesmente.
Rico ficou olhando para aquele objeto, uma peça de arte imóvel que continha toda a paciência e o cuidado que sua própria vida desprezava. Sua garganta apertou. Ele pegou o pincel e, em vez de agradecer com palavras, estendeu a mão para Pietro.
“Venha,” ele disse, puxando-o para o estúdio.
No centro da sala, havia uma nova tela. Desta vez, as cores não eram caóticas. Eram camadas de ouro queimado, prata polida e um único e profundo rubi, pintado no centro como um coração. Era uma joia. Era uma pintura. Era a quietude de Pietro traduzida na linguagem de Rico.