Peter Annaud, Mario Texeira, and Sven Basquiat fuck eachother on the patio

A Galeria de Arte Moderna “Vertente” era o reino de Peter Annaud. Curador meticuloso, ele respirava ordem e minimalismo. Suas exposições eram elogiadas pela precisão cirúrgica, mas faltava alma.

Tudo mudou com a chegada da dupla de artistas residentes: Mario Texeira e Sven Basquiat.

Mario era um brasileiro vibrante, cujas esculturas eram feitas de lixo transformado em tesouro. Latas velhas viravam flores de metal, fios descartados se tornavam neurônios brilhantes. Sua energia era contagiante, um caos organizado de ideias e risadas altas.

Sven, um holandês tranquilo, era o oposto. Pintor de aquarelas, seu trabalho era feito de sutilezas e silêncios. Camadas tênues de cor se fundiam para criar paisagens oníricas que pareciam sussurrar segredos. Ele falava pouco, mas seus olhos azuis viam tudo.

Peter, inicialmente, estava desesperado. A bagunça de Mario invadia seu espaço organizado, enquanto a quietude de Sven o deixava inquieto. Ele tentou segregá-los, colocar ordem no processo criativo, mas foi inútil.

Foi então que Peter começou a notar. Notou como Sven, em seu silêncio, acalmava a tempestade que era Mario. Notou como Mario, com seu caos, tirava Sven de sua melancolia. E notou, principalmente, como ele mesmo era atraído por ambos os polos.

Um dia, Peter encontrou os dois no jardim da galeria. Mario estava pintando, com uma delicadeza que surpreendia, sobre um de seus painéis de metal retorcido. Sven observava, guiando sua mão com palavras suaves. A obra resultante era uma coisa impossivelmente bela: a força crua de Mario abraçada pela poesia etérea de Sven.

Sem pensar, Peter disse: “Isso. É isto.”