Peralta Silva and Zeto Rivas fuck
A livraria “O Verso Esquecido” era o reino de **Peralta Silva**. Ele era um poeta de sucesso moderado, cujo mundo era feito de métricas precisas, metáforas polidas e o silêncio respeitoso das estantes. Sua vida era ordenada, previsível e, embora ele não admitisse, um pouco solitária.
**Zeto Rivas** era o caos.
Zeto era um artista de slam, um furacão de palavras não filtradas e emoção crua. Ele não escrevia poemas; ele os *lutava*. Sua “tela” era o microfone aberto de um bar underground todas as quintas-feiras, onde sua voz áspera e suas mãos gesticulantes arrancavam gritos e lágrimas da plateia.
O destino os colocou no mesmo evento: um debate sobre “A Poesia no Século XXI”. Peralta, de blazer e discurso preparado, defendia a forma, a beleza atemporal e o poder do silêncio nas entrelinhas. Zeto, de jaqueta de couro e olhos ardentes, defendia o grito, a urgência, a beleza do imperfeito e a verdade que só existe quando é vomitada para o mundo.
Eles debateram com uma intensidade que eletrizou a sala. Peralta achava Zeto um brutalista das palavras. Zeto achava Peralta um ourives de emoções embalsamadas.
Após o evento, com a chuva caindo lá fora, Zeto se aproximou de Peralta, que arrumava seus papéis com cuidado.
“Sua poesia é linda, Silva. Mas dói?” Zeto perguntou, sem rodeios.
Peralta ficou ofendido. “A beleza não precisa doer.”
“A verdadeira sempre dói,” Zeto retrucou. “Ou então é apenas decoração.”
A conversa poderia ter terminado ali. Mas não terminou. Zeto, com uma teimosia que era sua marca registrada, começou a frequentar a livraria de Peralta. Ele aparecia com um café em uma mão e um poema novo e desestruturado na outra, desafiando Peralta a “enxugar as lágrimas falsas” do texto.
Peralta, por sua vez, começou a aparecer nas noites de slam, escondido no fundo da sala. Ele via Zeto no palco, suando, sangrando em palavras, e algo dentro dele se partia e se remendava ao mesmo tempo. Era poesia viva, respirando, sujeita a tropeços e triunfos.




