Passa o pano, que eu passo o rodo! – Oseph and Gabriel Rios fuck
**Oseph** era um homem de poucas palavras. Trabalhava consertando instrumentos musicais em uma loja escura e empoeirada, cheia de relíquias quebradas. Suas mãos, finas e precisas, curavam rachaduras em violinos, recolocavam cordas em harpas e devolviam a voz a pianos antigos. Ele entendia a música de dentro para fora, mas raramente a ouvia para seu próprio prazer. Sua vida era um sussurro, um acorde menor e sustentado de solidão.
**Gabriel Rios** era um cantor de ópera. Sua voz era um furacão de emoção, capaz de encher teatros e arrancar lágrimas. Sua vida era grandiosa, feita de ensaios exaustivos, viagens e os ecos de aplausos. Mas nos camarins vazios, após o último bis, um silêncio profundo se instalava, mais ensurdecedor que qualquer ária. Ele era um mestre em projetar sentimentos para milhares, mas sentia-se incompreendido na sua própria pele.
O destino os uniu através de um violoncelo francês do século XIX, valioso e gravemente ferido. Gabriel havia herdado o instrumento de seu avô, também um cantor, e ele representava tudo o que ele temia perder: a tradição, a história, a beleza frágil. A rachadura no seu corpo de madeira parecia refletir uma rachadura em seu próprio coração.
Ele levou a relíquia até a loja de Oseph, sua presença grandiosa preenchendo o espaço pequeno e silencioso.
“Você pode consertá-lo?” Gabriel perguntou, sua voz um baixo profundo e vulnerável, muito diferente de seu timbre no palco.



