Parker Nolan fucks Leo Grand (danceswithleos)
No bairro de Concreto Cinza, onde os prédios eram tão altos que cortavam o céu em retalhos, Parker Nolan era um mapeador de silêncios. Seu trabalho, em uma firma de arquitetura, era calcular espaços vazios, eficiências de planta, a física do deslocamento humano. Sua vida era uma série de linhas retas, ângulos retos e volumes previsíveis. À noite, ele caminhava para casa pelo mesmo percurso, observando os retângulos de luz das janelas acenderem em sequência, um padrão reconfortante e vazio.
Tudo mudou em uma terça-feira comum, ao passar pelo beco dos ventiladores – um corredor estreito entre dois armazéns onde o vento, aprisionado, girava em redemoinhos caprichosos. Lá, ele viu Leo Grand.
Ou melhor, viu primeiramente sua sombra. Uma sombra longa, desproporcional, que se movia de uma forma que desafiava a física de Parker. Ela torcia, esticava, se multiplicava e se contraía, dançando na parede de tijolos ao som de uma música que só existia no fones de ouvido de Leo. O próprio Leo era um homem de idade indefinida, vestindo roupas que eram um mosaico de tecidos – um casaco de veludo cortado, calças de trabalho remendadas com seda. Seus movimentos eram fluídos, mas não eram uma dança típica. Era como se ele estivesse conversando com as sombras, persuadindo-as a assumirem formas novas.




