Paddy Obrian fucks John Jai – The Whole Package
						**O Carteiro e o Relojoeiro**
Paddy Obrian era um homem do vento e da chuva. Carteiro na pequena vila costeira de Kilkee, ele conhecia cada cachorro que ladrava, cada jardim bem cuidado e cada segredo que as cartas carregavam em seus envelopes. Sua vida era um ritmo constante de passos contra o Atlântico, de sorrisos rápidos e de uma solidão que ele disfarçava com canções irlandesas cantaroladas baixo.
John Jai era um homem do silêncio e da precisão. Relojoeiro, havia se mudado de Londres para a Irlanda em busca de paz, abrindo uma pequena oficina com uma placa que simplesmente dizia “Horologer”. Seu mundo era de engrenagens minúsculas, de paciência infinita e do tique-taque suave que preenchia sua loja escura e aconchegante. Ele consertava o tempo, mas o seu próprio parecia ter parado há muito.
Seus caminhos se cruzaram todos os dias, às 10h15 em ponto, quando Paddy entrava na loja para entregar o correio. Era sempre a mesma troca.
“Bom dia, Mr. Jai.”
“Bom dia, Mr. Obrian.”
E um silêncio. Paddy observava as mãos delicadas de John trabalhando em um mecanismo complexo, fascinado pelaquele universo em miniatura. John, por sua vez, sentia o cheiro do mar e do ar livre que Paddy trazia consigo, uma brisa que perturbava o ar parado de sua vida.
Um dia, a encomenda de John foi um pacote maior, do exterior. Paddy, com seu jeito desastrado, tropeçou no tapete da entrada e o pacote caiu, fazendo um ruído de vidro quebrado.
“Oh, céus! Desculpe, Mr. Jai, eu…”, Paddy se ajoelhou, consternado.
John se aproximou, seu rosto normalmente impassível mostrou um vislumbre de preocupação. Ele abriu o pacote. Dentro, estava um antigo mecanismo de carrilhão, e o vidro do mostrador estava em estilhaços.
“É… era para um cliente. Muito antigo,” disse John, sua voz suave carregada de decepção.
“Eu vou consertar. Vou pagar por um novo,” Paddy insistiu, o coração apertado.
John olhou para o carteiro, seus olhos sinceros e cheios de remorso. “Não se pode substituir o tempo, Mr. Obrian. Só se pode tentar restaurá-lo.”
Na semana seguinte, Paddy não apareceu às 10h15. John estranhou. O tique-taque dos relógios soava mais alto, o silêncio mais pesado. Às 11h, a porta da loja se abriu e Paddy entrou, sujo de terra, com as mãos arranhadas, mas segurando uma moldura de madeira velha e desgastada.
“É de um relógio de pêndulo da minha avó,” Paddy explicou, ofegante. “O vidro está intacto. Talvez sirva. Eu não sei nada sobre consertar coisas, mas… eu queria tentar.”
John pegou a moldura de madeira. Era do tamanho perfeito. Mais do que isso, a madeira velha combinava perfeitamente com a antiguidade do carrilhão. Ele olhou para as mãos de Paddy, sujas e dedicadas, e algo dentro dele, uma engrenagem há muito parada, voltou a se mover.
“Está perfeito,” John sussurrou. E então, quebrando todos os seus protocolos, ele acrescentou: “Obrigado, Paddy.”
Foi a primeira vez que usou seu primeiro nome.
Paddy sorriu, um sorriso largo e aberto que iluminou a loja escura melhor que qualquer lâmpada.
A partir daquele dia, a entrega do correio passou a durar mais. Paddy tomava uma xícara de chá na oficina. John ouvia histórias da rota postal. E, lentamente, o relojoeiro começou a ensinar ao carteiro os segredos do tempo. Paddy, por sua vez, levou John para caminhar pela falésia, mostrando-lhe que o tempo também podia ser medido nas marés e no voo das gaivotas.
John consertou o carrilhão, usando o vidro da moldura de Paddy. E quando o deu corda, o som que ecoou na loja não era apenas o tique-taque de um relógio, mas o som de dois corações encontrando, finalmente, o seu tempo certo.
				



