Nuestro2 0 Viaj Para Revivir Nuestro Momento Juntos,Lleno De Deseo Acumulado – Paul Docux, Tatan Lozano
O universo de Paul Docux era meticuloso, estéril e previsível. Como um documentarista de vida selvagem de renome, sua vida era uma sucessão de aviões, hotéis e longas esperas em blinds de observação. Ele capturava a essência crua da natureza – o instinto, a luta, a beleza selvagem – mas sua própria vida era um arquivo digital organizado, sem espaço para o caos das emoções humanas. Ele era um espectador profissional da vida, nunca um participante.
Tatan Lozano era o caos em pessoa. Um personal trainer viral, sua energia era um furacão de cores, música alta, risadas estridentes e desafios de exercícios que lotavam as academias. Seu lema era “¡A darle con todo!” e ele vivia cada segundo como se fosse uma festa. Enquanto Paul procurava o silêncio perfeito para capturar o rugido de um leão, Tatan preenchia cada espaço vazio com som, movimento e vida.
Seus caminhos se cruzaram no árido norte do México. Paul estava lá para filmar a migração das borboletas-monarca, um espetáculo silencioso e delicado. Tatan estava liderando um “retiro de fitness extremo” para seus seguidores, transformando as dunas em uma academia ao ar livre.
O primeiro encontro foi um desastre. O drone de Paul, capturando imagens aéreas, sofreu uma falha e caiu a poucos metros do grupo de Tatan, interrompendo uma série de burpees ao som de reggaeton.
“¡Oye, cuidado!” gritou Tatan, ofegante, enquanto seus clientes riam.
Paul surgiu de trás de um cacto, com seu chapéu de safari e uma expressão exasperada. “Desculpe. Falha técnica”, disse secamente, sem olhar nos olhos de ninguém.
Ele esperava um insulto, uma reclamação. Em vez disso, Tatan pegou o drone, examinou-o com curiosidade e devolveu a Paul com um sorriso solar. “No hay problema, jefe. Tu máquina solo quería bailar. ¡La música es pegajosa!”
Paul ficou sem resposta. A metáfora era tola, mas a falta de hostilidade foi desarmante. Ele anuiu, virou-se e foi embora.
Mas o México é um lugar pequeno para extremos. Eles se esbarraram novamente no mesmo restaurante à beira da estrada, na mesma pousada simples. Paul, com seu notebook, editando vídeos. Tatan, cercado por seu grupo, contando histórias animadas.
Cansado da própria companhia, Paul, em um ato de pura impulsão que não se reconhecia, aproximou-se.
“Sua energia é… exaustiva de se observar”, disse Paul, sem rodeios.
Tatan riu, uma risada genuína que ecoou pela sala. “¡Porque você só observa! Pare de filmar a vida e venha vivê-la, documentarista!”
Era o desafio mais tolo que Paul já recebera. E, no entanto, era o mais sincero.




