Nacho Newson gets fucked by Fer Froma
Nacho Newson era um padeiro que acreditava em duas coisas: que a massa madre tinha alma e que o seu coração estava perfeitamente intacto. Até o dia em que Fer Froma entrou na sua padaria, “O Sabor do Sol”, não para comprar pão, mas para se abrigar de um aguaceiro repentino.
Enquanto ele arrumava pães de forma em prateleiras, ela ficou parada à porta, a água a escorrer do seu casaco azul-petróleo, observando a coreografia precisa dos seus movimentos com uma curiosidade intensa. Fer tinha olhos da cor de musgo depois da chuva e um cabelo ruivo desobediente que parecia desafiar a gravidade.
— Precisa de uma toalha? — Nacho perguntou, surpreendendo-se com a oferta. Ele não era de falar com estranhos, a menos que fosse para explicar a diferença entre um *baguette* e um *ciabatta*.
— Só preciso de um abrigo — respondeu ela, com uma voz suave como mel aquecido. — E talvez de um pão que não saiba a plástico.
Nacho sentiu o desafio. Ofereceu-lhe uma fatia do seu pão de forma especial, feito com um fermento que ele próprio alimentava há sete anos. Fer mastigou lentamente, fechando os olhos.
— Isto sabe a… lar — disse ela, simplesmente.
Na semana seguinte, Fer voltou. Não por causa da chuva, mas pelo pão. E na semana a seguir, já não era pelo pão, mas pela conversa. Nacho descobriu que ela era uma encadernadora, uma artista que dava nova vida a livros velhos e esquecidos. Ela reparava lombadas partidas, colava páginas soltas e criava capas únicas. Ele amassava pão, ela restaurava histórias.
Os encontros tornaram-se rotina. Ela trazia-lhe livros com cheiro a tempo; ele dava-lhe pães quentes embrulhados em pano. Ele falava da solidão de acordar às 4 da manhã; ela confessava o medo de que a sua arte fosse demasiado antiquada para o mundo. Riam-se dos seus próprios trocadilhos horríveis — ele dizia que ela era a “página” da sua vida; ela retribuía chamando-lhe o seu “fermento” especial.
Uma tarde, Nacho encontrou na soleira da porta um livro pequeno, encadernado em couro da cor da sua mesa de trabalho. Abriu-o. As páginas estavam em branco, exceto a primeira. Nela, Fer tinha escrito: “Receita para um Grande Amor”.
**Ingredientes:**
* 1 padeiro de coração macio (como um bom pão de forma)
* 1 encadernadora de olhar paciente
* 1 encontro casual (molhado de preferência)
* Conversas a gosto
* Paciência, muita paciência
**Modo de Preparo:**
Misture os dois personagens principais num espaço aconchegante. Deixe que a amizade cresça lentamente, como um fermento natural. Amasse com gentileza os medos de cada um. Deixe repousar até o carinho dobrar de volume. Asse no calor do olhar um do outro até ficar dourado e irresistível.
Resultado: Uma história que vale a pena ser guardada.
Nacho sorriu, com o coração a bater mais rápido do que a massa a levedar. Quando Fer apareceu na porta, ele estendeu a mão e mostrou-lhe uma nova criação: um pequeno pão de forma, mas torcido numa forma de coração.
— Acho que a nossa recepeita deu certo — disse ele, tropeçando nas palavras num acesso de nervosismo.
Fer riu, um som claro que encheu a padaria de uma luz própria. Pegou no pão-coração e deu uma dentada.
— Está perfeito — sussurrou, os seus olhos de musgo a brilhar. — E nem sequer precisámos de um forno para o aquecer.
E naquele momento, entre a farinha e as palavras, Nacho e Fer perceberam que tinham assado, juntos, algo muito mais doce e duradouro do que qualquer pão: um amor que se provava, todos os dias, uma fatia de cada vez.




