Mrdreamy241 pounds a twink

O perfil de **Mrdreamy241** era uma obra de arte digital. Fotos perfeitamente curadas de pôr-do-sol em praias desertas, memes inteligentes e selfies com ângulos impecáveis que mostravam um sorriso fácil e olhos que pareciam sorrir também. Para Ellie, scrolling pelo feed dele era um escape da sua realidade monótona de estágio e contas para pagar. Ele era literalmente o seu “cara dos sonhos” — um enigma charmoso e inatingível atrás de uma tela.
Após semanas de coragem reunida, ela respondeu a um story dele com uma piada sobre a série que ele estava assistindo. Para sua surpresa, ele respondeu. Logo, as mensagens se tornaram uma torrente constante. Eles falavam de tudo: de seus filmes favoritos aos seus medos mais bobos. Mrdreamy241 — cujo nome real era Alex — era engraçado, inteligente e incrivelmente atencioso. O sonho começava a sentir muito, muito real.
Mas Alex sempre adiava os encontros. Uma desculpa sobre trabalho, depois uma vaga justificativa sobre família. Ellie começou a notar pequenas inconsistências. A praia do pôr-do-sol era um fundo verde que ele usava em todas as fotos “de viagem”. O café que ele sempre aparecia tomando era o mesmo, em uma xícara que ela nunca conseguiu encontrar na cafeteria que ele dizia frequentar.
O sonho começou a rachar.
Confrontado, Alex caiu por terra. Não havia praias, nem viagens glamourosas. Suas fotos eram um mosaico de arquivos da internet e poses em um apartamento minúsculo. Mrdreamy241 era uma fachada, um castelo de areia construído por um homem assustado — um Alex real, que era um ilustrador freelancer tímido e com uma ansiedade social que o impedia de viver a vida que ele tão vividamente criava online.
Ele esperou o fim. O bloqueio. O escárnio.
Mas Ellie, em vez disso, sentiu uma pontada de compaixão. Ela também tinha seus medos.
“Encontro-me com você amanhã, às três, no banco da praça da prefeitura,” ela mandou. “Não venha como Mrdreamy241. Venha como Alex. O cara que me manda mensagens às 2h da manhã falando sobre o medo de não ser bom o suficiente.”
O coração de Alex gelou. Era seu pior pesadelo e, de algum modo, sua única esperança.
No dia seguinte, ele foi. Sentado no banco, um homem comum de jaqueta jeans, mãos suadas e um buquê de flores do supermercado — o mais real que ele poderia oferecer.
Ellie chegou e sentou-se ao seu lado, sem dizer uma palavra. Pegou sua mão trêmula e a segurou. O toque era quente, sólido, real.
“O Alex,” ela disse, olhando para seus olhos assustados, “é muito mais interessante que o Mrdreamy241. Ele é corajoso.”
E naquele banco de praça, com todas as imperfeições expostas, eles começaram a construir algo que nenhum filtro ou foto editada poderia jamais capturar: um amor verdadeiro, que não vivia nos sonhos, mas no terreno firme e lindo da realidade.