Motorista Matheus fucks Leonardo Safra

O motorista Matheus via o mundo passar pelo retrovisor. Era seu ofício: observar fragmentos de vidas alheias nos bancos de trás do seu carro prateado. Conhecia a cidade não pelas ruas, mas pelas histórias que ouvia – executivos estressados ao telefone, amantes em segredo, jovens a caminho de festas. Mas nenhum desses fragmentos o havia preparado para Leonardo Safra.

A primeira vez que Leonardo entrou no carro, trouxe consigo o silêncio. Não um silêncio vazio, mas um que pesava, cheio de nuances não ditas. Ele usava um terno impecável de linho branco, mas os olhos, cor de âmbar, guardavam uma tristeza que o tecido caro não conseguia vestir.

— “Para o Safra Gallery, por favor,” ele pediu, a voz um fio desgastado de seda.

Matheus apenas acenou, mas algo naquela figura solitária contra o vidro, olhando a cidade como se ela fosse um quadro triste, fez seu peito apertar de um jeito desconhecido.

As viagens tornaram-se rotina. Toda quinta-feira, às 18h em ponto, Matheus esperava do lado de fora do prédio moderno de vidro. Leonardo era sempre o último a sair. Às vezes, ele dava endereços de galerias de arte; outras, pedia apenas para rodarem pela orla, sem destino, enquanto a luz do entardecer banhava tudo em ouro líquido.

Foi numa dessas voltas que a cortina se abriu. Leonardo, usually mergulhado em seu mundo, quebrou o silêncio.