Mike Verine fucks Ares X
A oficina de Mike Verine era um santuário para motores mortos. Ele era um necromante da mecânica, dando vida a carcaças de aço e ferro. Seus dias eram marcados pelo som de chaves batendo, o rosno do compressor e o rádio sempre sintonizado em uma estação clássica de rock. O cheiro de graxa e gasolina era seu perfume.
Ares X não era um homem, era uma tempestade urbana. Seu nome era um pseudônimo de grafiteiro, um fantasma que assinava topos de prédios e vagões de trem com um “X” envolto em chamas douradas. Sua arte era fugaz, ilegal e deslumbrante. Ele se movia pela cidade à noite, um sopro de tinta spray e rebeldia.
Seus mundos colidiram em um beco. Mike estava rebocando um Mustang 68 que ele mesmo restaurara, agora com o motor fundido após uma corrida de rua irresponsável. Enquanto ele examinava os danos, uma figura vestida de preto desceu furtivamente pela escada de incêndio. Ares X, com as luvas manchadas de tinta, parou ao ver o carro. Não o Mustang, mas o caminhão de reboque de Mike: um velho Dodge, pintado à mão com um falcão mitológico desenhado com precisão clássica.
“Quem pintou isso?” a voz de Ares era áspera, surpresa. Ninguém notava detalhes na escuridão.
Mike ergueu os olhos, sujo de óleo. “Eu. E você é quem para perguntar?”
Ares apontou para a parede do beco, onde um de seus “X” flamejantes brilhava sob a luz fraca. Mike olhou para o grafite, depois para o caminhão, e então de volta para o rosto parcialmente encoberto de Ares. Ele viu a mesma mão, a mesma obsessão pela linha perfeita, mas expressa de maneiras opostas: um na durabilidade do metal, o outro na fugacidade da tinta.
Mike não chamou a polícia. Em vez disso, ofereceu uma cerveja quente do seu cooler.




