Mike Monroe and Adam Snow fuck
O mundo de Adam Snow era silencioso, ordenado e previsível. Como bibliotecário-chefe da velha biblioteca municipal, sua vida era uma coreografia perfeita de livros sendo devolvidos, cartões carimbados e sussurros respeitosos. Ele era um homem de neve, como seu sobrenome sugeria: tranquilo, um pouco frio e perfeitamente intacto.
Até que Mike Monroe explodiu em sua vida como um furacão em uma livraria.
Mike era um escritor de biografias, e sua pesquisa para um livro sobre um poeta local o levou à biblioteca de Adam. Ele não sussurrava. Sua risada ecoava entre as estantes, ele espalhava pilhas de livros sobre mesas imaculadas e sempre, sempre, esquecia a caneta, pedindo uma emprestada a Adam com um sorriso desarmante.
“Preciso de algo sobre a vida boêmia do início do século”, Mike declarou no primeiro dia, apoiando-se no balcão de carvalho. “Coisas sujas, paixões proibidas, a parte *viva* da história.”
Adam, ajustando os óculos, sentiu um frisson de desconforto e algo mais, algo que se assemelhava a curiosidade. “A história, Sr. Monroe, é melhor apreciada em silêncio.”
“Ah, Adam”, Mike respondeu, usando seu primeiro nome com uma familiaridade que fez Adam corar. “A única coisa silenciosa sobre a história são os mortos que a viveram. O resto é barulho. Barulho lindo.”
Mike era tudo menos silencioso. Ele trazia café forte para Adam, desafiava suas regras sobre comida nas estantes com um croissant oferecido descaradamente e fazia perguntas que iam muito além dos livros. Ele queria saber o que Adam sonhava, do que ele tinha medo, por que ele se escondia atrás daquele balcão.
Adam se viu sendo descongelado, lentamente. Ele começou a anotar pequenos fatos interessantes que encontrava, deixando-os como pistas para Mike. Ele não se importava mais com as pilhas de livros desorganizadas. Um dia, ele até riu – um som estranho e rouco que surpreendeu a si mesmo.
A virada aconteceu em uma noite chuvosa. A biblioteca estava fechada, e Adam trabalhava até tarde. Mike apareceu, encharcado, segurando duas xícaras de chocolate quente.
“Pensei que você poderia precisar de um pouco de caos controlado”, disse Mike, seu sorriso mais suave agora.
Eles sentaram nos degraus da escada em espiral, ouvindo a chuva bater nas vidraças. Naquela quietude compartilhada, diferente de qualquer silêncio que Adam já conhecera, Mike falou. “Você sabia, Adam Snow, que você é a biografia mais fascinante que eu já encontrei? E eu nem sequer li a primeira página.”
Adam olhou para ele, para a energia contida naquele homem que trouxera o mundo exterior para seu santuário interior. E ele respondeu, sua voz um pouco trêmula: “Talvez… talvez seja porque você é o primeiro que realmente quer escrever uma nova página.”
Mike estendeu a mão, e Adam, depois de uma hesitação que durou uma vida, aceitou. E naquele toque, Adam entendeu que o amor não era sobre encontrar alguém que se encaixasse em seu mundo silencioso. Era sobre encontrar alguém que fizesse você querer cantar, mesmo que desafinado, na chuva. Mike Monroe havia feito o homem de neve derreter, e no lugar, havia nascido algo quente, vivo e perfeitamente imperfeito.




