Midnight Boner, Scene 6-Octopus and Regret – Nobo and Koki

Nobo era um pintor de luas. Não de paisagens ou rostos, mas especificamente de luas. Luas cheias em lagos prateados, luas crescentes sobre telhados antigos, luas sanguíneas pairando sobre florestas. Sua pequena loja-ateliê cheirava a tinta a óleo e solidão.
Koki era uma ceramista que trabalhava com o barro do rio. Suas mãos, sempre manchadas de argila, davam forma a xícaras, tigelas e vasos que pareciam conter não apenas espaço, mas também quietude. Ela morava na casa ao lado, separada por um muro baixo coberto de hera.
Por meses, eles se cruzaram em silêncio. Nobo via a luz do forno de Koki bruxuleando até tarde; Koki ouvia a suave música clássica que vinha do ateliê de Nobo. A comunicação era feita através de objetos deixados no muro: ele colocava uma pequena tela com uma lua nova para ela; ela respondia com uma xícara de chá perfeita, como se moldada para a curva de sua mão.




