Melvin Moore sucks Denver Lux in the car after surfing

O vento soprava frio nas ruas de Nova York naquela noite, mas Melvin Moore não o sentia. Encostado na vitrine iluminada de uma galeria de arte, seu coração batia num ritmo acelerado e quente, totalmente alheio ao inverno. Seus olhos, no entanto, não estavam nas pinturas expressionistas atrás do vidro, mas fixos na figura do outro lado da rua.

Denver Lux estava fechando sua livraria, O Luxo das Palavras. Melvin observava o ritual há semanas. Denver erguia os braços para baixar a porta de ferro, um movimento que alongava sua silhueta magra sob o casaco de lã. Ele organizava alguns livros na vitrine, apagava a luz interior e, por fim, trancava a porta com uma chave que brilhava sob a luz do poste. Era um balé simples e mundano, mas para Melvin, era a coisa mais poética que ele já vira.