Meeting Mike – Stiven Alvarado and Mike Swift fuck

O vento soprava frio sobre as pontes de Portland, mas Stiven Alvarado não o sentia. Enfiado num café aconchegante, o seu mundo tinha reduzido para o ecrã do seu portátil e para a chávena de café que já ia morna. Era um escritor, e as palavras, hoje, eram inimigas.
Foi então que um som diferente cortou o zumbido habitual do local. Não era o tilintar de chávenas nem o murmúrio das conversas. Era a música suave de um violão, tocada com uma habilidade que era tanto técnica quanto emocional.
Stiven levantou os olhos.
Num canto, num pequeno palco que mal parecia notado, estava um homem. Mike Swift. Stiven sabia o seu nome porque Mike era uma presença conhecida na cena musical local. Cabelo escuro e desalinhado, olhos que sorriam antes mesmo dos lábios, e dedos que dançavam sobre as cordas do violão como se as conhecessem intimamente.
A melodia não era alegre nem triste; era algo no meio, uma nostalgia esperançosa que fez com que o nó de frustração no peito de Stiven se desfizesse um pouco. Ele observou Mike, a forma como este se perdia na música, mas ao mesmo tempo conectava-se com quem o ouvia, um rápido olhar, um pequeno aceno.
Mike, por sua vez, tinha visto Stiven antes. O homem de cabelos negros, sempre imerso no seu portátil, com uma expressão intensa e bonita de concentração. Naquele dia, Mike tinha escolhido uma música mais suave, quase uma melodia de fundo, e percebeu o momento exato em que Stiven parou de escrever e simplesmente… ouviu.
Os seus olhos encontraram-se. Foi apenas um segundo, mas o suficiente para que o ritmo da música vacilasse levemente. Mike sorriu, um canto da boca subindo ligeiramente, antes de se refugiar de novo na sua música. Stiven sentiu um calor estranho no rosto e baixou o olhar para o seu portátil, as palavras agora uma confusão ainda maior.
Na semana seguinte, Stiven tornou-se um habitué nas noites de quinta-feira do café, o dia em que Mike atuava. Já não levava o portátil. Apenas um livro e a coragem crescente de sentar-se mais perto do palco.
Uma noite, depois do seu set, Mike aproximou-se. A mesa de Stiven era o seu destino claro.
“Então,” disse Mike, a voz mais grave do que Stiven imaginara, “já não te vejo a escrever furiosamente.”
Stiven riu, nervoso. “As palavras estavam a ser teimosas. A tua música… acalma-as.”
“Prefiro inspirá-las,” Mike respondeu, os olhos a brilhar. “Posso?”
Ele sentou-se, e a conversa fluiu como a música de Mike – natural, com pausas cómodas e harmonias inesperadas. Stiven falou sobre as suas histórias, mundos que construía a partir de silêncios. Mike falou sobre a música, as histórias que tentava contar sem uma única palavra. Eles eram, Stiven percebeu, dois lados da mesma moeda criativa.
O amor não chegou como um furacão, mas como a melodia persistente de Mike – insinuou-se nos seus dias. Começaram a passear juntos pelas margens do rio Willamette, com Stiven a contar histórias sobre as pessoas que viam e Mike a compor pequenas canções no momento. Mike enchia o apartamento silencioso de Stiven com música, e Stiven enchia os cadernos de Mike com pequenos poemas e frases que lhe ocorriam.