Matthew Ellis (atasteofmatt) blows Andy Lee

Matthew Ellis era conhecido online como **@atasteofmatt**. Seu perfil era um banquete para os olhos: fotos impecáveis de torradas com abacate perfeitamente amassado, ângulos artísticos de pratos de massa e reviews meticulosas de cafés da moda. Sua vida era curada em quadrados perfeitos, um universo de estética culinária e cores coordenadas.

Andy Lee era um caos delicioso. Ele era padeiro, e seu mundo era de farinha até os cotovelos, massa madre fedorenta e fermentação lenta. Seu instagram pessoal era uma mixórdia de pães saindo do forno, close-ups de migas irregulares e selfies borradas no meio da madrugada, no auge do ponto de fermentação.

Eles se cruzavam toda manhã. Matthew era o primeiro cliente da padaria artesanal onde Andy trabalhava, sempre pedindo “um croissant, o mais simétrico que você tiver, por favor”. Andy o chamava, mentalmente, de “Mr. Instagramable”.

Um dia, uma nevasca paralisou a cidade. A padaria ficou vazia, exceto por Matthew, que se refugiara lá enquanto esperava o transporte. Vendo Andy lutando para amassar uma grande quantidade de massa sozinho, Matthew, sem pensar, rolou para cima as mangas da sua camisa impecável.
— “Onde posso lavar as mãos?” ele perguntou.

Andy ficou surpreso, mas apontou. Matthew se juntou a ele, suas mãos antes dedicadas a ajustar talheres para fotos, agora se enfiando na massa pegajosa. Andy lhe mostrou a técnica: a dobra, a pressão, a paciência. E Matthew, por sua vez, tirou o celular e começou a filmar, não para o feed, mas para capturar a beleza crua do processo — as mãos de Andy trabalhando, a textura da massa, o vapor subindo do forno de pedra.

— “Isso”, Andy riu, seu rosto iluminado pelo calor do forno, “é o *verdadeiro* ‘taste of Matt’.”

Matthew olhou para ele, com farinha no nariz e um sorriso que não era posado, e seu coração deu um estranho e novo pulo. Ele não tirou uma foto. Ele apenas guardou a cena na memória.

No dia seguinte, **@atasteofmatt** postou uma única foto. Era um close-up de um croissant, imperfeito, levemente queimado de um lado, mas incrivelmente convidativo. A legenda era simples: “O melhor sabor é aquele que você compartilha. Obrigado, @padeiro_andy.”