Mark LAX fucks Eli Shaw – Throw Me Around
O silêncio da biblioteca de direito da UCLA era um véu pesado, cortado apenas pelo virar de páginas e o sussurro do ar-condicionado. **Mark LAX** era uma figura conhecida naquele espaço. Não por ser o mais barulhento, mas por ser o mais imóvel. Um estudante de direito com a postura de um futuro juiz e uma agenda que não permitia desvios. Seu mundo era de precedentes e parágrafos, não de paixões.
**Eli Shaw** era o oposto. Ele não era um estudante de direito, mas de artes cênicas. E não estava na biblioteca para estudar, mas para se esconder. Seu grupo de teatro estava ensaiando uma cena barulhenta do lado de fora, e ele precisava de paz para decorar um monólogo. Ele se aninhou em uma poltrona no canto, um furacão de gestos suaves e murmúrios dramáticos.
Mark notou a intrusão. Um ponto de agitação em seu mar de calma. Ele franziu a testa, tentando ignorar o sussurro poético que cortava sua concentração. “Ser ou não ser…” a voz de Eli era um fio de seda, carregada de uma emoção que os livros de Mark nunca tinham.
Frustrado, Mark se levantou para pedir silêncio. Mas quando se aproximou, as palavras morreram em sua garganta. Eli, absorto em seu personagem, tinha os olhos fechados. Uma lágrima solitária escorria pelo seu rosto, iluminada pela luz suave da lâmpada de leitura. Era a dor mais verdadeira que Mark já vira, uma vulnerabilidade crua que nenhum caso jurídico poderia capturar.
Em vez de uma reprimenda, o que saiu da boca de Mark foi um sussurro rouco: “A dúvida corrói a vontade”.
Os olhos de Eli se abriram, surpresos. Ele olhou para Mark, para o traje impecável e a expressão séria, e um sorriso nasceu em seu rosto. “Você conhece Shakespeare?”
“Conheço a lei. A dúvida é um terreno perigoso em ambos”, Mark respondeu, sentindo o chão firme de sua lógica escorregar.
Aquele foi o primeiro ato.
Eli começou a aparecer na biblioteca todos os dias, sempre no mesmo horário, sempre no mesmo lugar. Mark, inexplicavelmente, começou a olhar para o relógio, esperando por aquela interrupção. As conversas eram breves, trocas de café por sonetos, análises de processos por interpretações de cenas. Eli trouxe cor para o mundo em preto e branco de Mark. Mark ofereceu a Eli uma âncora de racionalidade em seu mar de emoções.
O amor deles floresceu nos intervalos. Nos cinco minutos entre uma revisão e outra, nos encontros furtivos do lado de fora da biblioteca, onde Eli ensaiava seus papéis para Mark, e Mark, por sua vez, aprendia a desmontar suas próprias defesas.
O clímax veio na noite da peça de Eli. Mark estava na plateia, de terno, sentado entre estudantes animados de artes. No palco, Eli era Hamlet, brilhante e quebrado. Quando ele chegou ao famoso solilóquio, seus olhos encontraram os de Mark no escuro.
“Ser ou não ser…”
E naquele momento, Mark entendeu. Não se tratava de dúvida, mas de coragem. A coragem de ser quem você é, mesmo que isso signifique reescrever todas as leis que você criou para si mesmo.
Nos bastidores, depois dos aplausos, Eli ainda estava vestido como o príncipe da Dinamarca, a maquiagem de lágrimas secando em seu rosto.
“E então?”, ele perguntou, nervoso. “O que o veredito do advogado diz?”
Mark não disse uma palavra. Ele fechou a distância entre eles e, pela primeira vez, quebrou sua própria regra mais fundamental: a de manter a distância profissional. Ele beijou Eli, num gesto lento e certeiro, que não deixava espaço para dúvidas.
Eli riu, um som de pura alegria. “Finalmente. O caso está encerrado?”
“O júri acabou de decidir”, sussurrou Mark contra seus lábios. “É um veredito de ‘para sempre’.”




