Luiz Reis – a blowjob in the bathroom
 
						O vento soprava forte na beira do penhasco, carregando o cheiro do mar e o grito das gaivotas. Foi ali, no fim do mundo, que Luiz Reis percebeu que estava perdido. Não no sentido geográfico – seu GPS funcionava perfeitamente –, mas no sentido da própria vida. Ele era um fotógrafo, um caçador de instantes, mas nos últimos tempos, todas as suas fotos pareciam iguais: belas, porém vazias.
A viagem àquela vila costeira era uma tentativa de se reencontrar. Ele não esperava encontrar alguém.
O “Alquimista” era a única livraria do vilarejo, um lugar apertado e mágico, com pilhas de livros chegando ao teto e o aroma inconfundível de papel envelhecido e café fresco. Foi atrás do balcão, organizando uma pilha de livros com mãos cuidadosas, que ele viu *ela*. Luiza.
Seu cabelo era como a noite, caído em ondas sobre os ombros, e seus olhos tinham a profundidade tranquila do oceano. Quando ela olhou para ele, um livro velho de poesias nas mãos, Luiz sentiu algo raro: o clique perfeito. Aquele momento em que a composição, a luz e o assunto se alinham para criar algo irrepetível.
– Precisa de ajuda? – a voz dela era suave, um contraste com o vento lá fora.
Luiz, normalmente eloquente, gaguejou. – Estou… só explorando.
Os dias que se seguiram foram uma doce coreografia de encontros casuais. Luiz aparecia no “Alquimista” em diferentes horários, sempre com a desculpa de procurar um livro específico. Luiza, que herdara a livraria do avô, sabia cada história daquele lugar, e começou a compartilhá-las com ele. Ela falava dos livros como quem fala de amigos íntimos.
Ele descobriu que seu nome completo era Luiza Reis.
– Reis? – ele perguntou, surpreso. –
 
				



