Liam Dickinson (discodicknyc) bottoms for Rocco Muscle
A discoteca **Neon Pulse** era um organismo de luz estroboscópica, suor e batida incessante. No centro do redemoinho, no alto de uma cabine de vidro, comandava **Liam Dickinson**, conhecido para todos como **discodicknyc**. Seus dedos voavam sobre os painéis, costurando house music com soul clássico, criando ondas de êxtase que faziam a pista de dança vibrar como um único coração. Seu reino era o som, o momento fugaz, a conexão anônima e perfeita no escuro.
No chão, outro tipo de reino existia. **Rocco Muscle** era uma coluna de mármore vivo, o segurança-chefe. Enorme, com um colete que parecia prestes a estourar, ele era a lei silenciosa do Neon Pulse. Seus olhos, quase escondidos sob a testa franzida, varriam a multidão, prevenindo problemas antes que começassem. Enquanto Liam criava o caos controlado da festa, Rocco impunha a ordem. Eles se comunicavam por olhares curtos e acenos de cabeça através do vidro: Liam apontando para um grupo turbulento, Rocco se movendo como um submarino através da maré humana para resolvê-lo.
Era uma parceria profissional, eficiente e fria. Liam achava Rocco um brutamontes sem senso de ritmo. Rocco achava Liam um *diva* esnobe, flutuando acima de tudo em sua torre de cristal. A única coisa que compartilhavam era o zumbido nos ouvidos ao amanhecer, quando o clube esvaziava.
O clímax aconteceu numa noite de energia descontrolada. Um gerador superaqueceu, e um pequeno incêndio irrompeu no fundo do palco. O pânico foi instantâneo. Liam, nos alto-falantes, tentou acalmar a multidão, mas sua voz era de DJ, não de comandante. Foi Rocco quem agiu. Subiu no palco, pegou o extintor de Liam (que mal sabia usar) e, com uma eficiência brutal, apagou as chamas. Depois, com uma voz que cortou o grito coletivo como uma faca – **”SAÍDA. AGORA. EM FILA.”** – conduziu a evacuação com uma calma aterradora.
Quando o último cliente saiu e as luzes de emergência cintilavam no fumo residual, os dois ficaram sozinhos na pista de dança devastada. Liam, tremendo de adrenalina, desceu da cabine. Rocco estava encostado no bar, respirando fundo, o rosto sujo de resíduo do extintor.
— “Você… você salvou o lugar,” disse Liam, sua voz rouca, sem o microfone.
— “É o meu trabalho,” respondeu Rocco, sem olhar para ele.
— “Não. Trabalho é evitar briga de bêbado. Isso foi… heróico.”
Rocco finalmente olhou para cima. Viu Liam não como o DJ arrogante, mas como um homem assustado, com glitter nas maçãs do rosto e os fones de ouvido pendurados no pescoço como um colar derrotado. Algo naquela vulnerabilidade desarmou Rocco.
— “Você também. Manteve a cabeça. Tentou acalmar eles. Não é todo DJ que faz isso.”
Era o primeiro elogio. O primeiro reconhecimento. Liam sentou-se no chão, suas pernas não o sustentando mais. Rocco, após um momento de hesitação, sentou-se pesadamente ao lado dele. O silêncio que se seguiu não era o de antes. Era um silêncio compartilhado, ocosm pós-batalha.
— “Discodicknyc,” Rocco disse, o nome de guerra soando estranho em sua voz grave. “Por quê?”
— “Porque eu controlo o *pulse*,” Liam respondeu, um sorriso fraco nos lábios. “E Rocco Muscle? Óbvio demais, não?”
— “As pessoas precisam do óbvio. Precisam saber o que esperar. Como um bom refrão.”
Liam riu, um som verdadeiro que ecoou no salão vazio. Rocco percebeu que nunca o ouvira rir de verdade.
Nas semanas seguintes, enquanto o Neon Pulse era reformado, eles se encontraram do lado de fora, tomando café em copos de papel no amanhecer. Liam descobriu que Rocco tinha um cachorro resgatado chamado Bolo. Rocco descobriu que Liam colecionava vinis obscuros de discotecas dos anos 70. Liam ensinou Rocco a ouvir o baixo, a *sensação* da música, não apenas o barulho. Rocco ensinou Liam a respirar fundo antes do pânico, a ancorar-se.
Na reabertura do clube, algo era diferente. Liam, na cabine, lançava olhares que não eram mais apenas alertas profissionais. Eram calorosos, privados. E Rocco, ao patrulhar a pista, não estava mais apenas de guarda. Estava na dança. Seu corpo enorme se movia com uma graça surpreendente, um balanço lento e poderoso que seguia perfeitamente o ritmo que Liam criava. Eles haviam encontrado o compasso um do outro.
O primeiro beijo foi nos fundos do clube, na sala dos equipamentos, cercados por caixas de som e cabos. Foi o encontro de dois mundos: o tato suave de Liam contra a textura áspera da pele de Rocco, o gosto do café contra o do suor salgado. Foi a batida dropando depois de um *build-up* perfeito.
Agora, o **Neon Pulse** é mais do que uma discoteca. É um santuário. E todos sabem: a melhor experiência não é apenas na pista, mas em ver a conexão entre o homem na cabine e o gigante no chão. Às vezes, no meio de um set, Liam coloca uma música lenta, apenas para uma. E no meio da pista, Rocco para, ergue o olhar, e apenas para Liam, sorri. É a única batida que importa. A batida que criaram juntos, onde o disco encontra a força, e o coração do NYC encontra seu músculo mais forte.




